Ribeirão Preto, Terça-feira, 26 de Abril de 2011

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Pediatras deixam plano da São Francisco

Sindicato diz que 12 dos 26 médicos abandonam operadora a partir de hoje; convênio de Ribeirão fala em 8 baixas

Profissionais queriam o mínimo de R$ 54 por consulta, mas Simesp afirma que convênio ofereceu R$ 35,40

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Um mês após oficializar o descredenciamento do plano de saúde São Francisco Clínicas, pediatras de Ribeirão Preto abandonam, a partir de hoje, o atendimento a pacientes do convênio.
Segundo o Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo), 12 pediatras se descredenciaram, mas o plano de saúde diz que são oito pediatras a menos.
O desligamento dos pediatras, para o Simesp, ocorreu devido ao valor pago pelo plano aos médicos -considerado baixo pelo sindicato.
A São Francisco informou, por meio de sua assessoria, que fez novas contratações antes da saída dos profissionais para que o atendimento não seja prejudicado.
Segundo o médico Marco Aurélio de Almeida, presidente regional do Simesp, o desligamento deve elevar o tempo de espera para agendamento de consultas de 20 dias para até três meses.
Ele afirmou que 22 dos 26 médicos ligados à São Francisco Clínicas assinaram um documento pedindo o descredenciamento em fevereiro, mas dez aceitaram a proposta do convênio.
"A São Francisco ofereceu aumento de R$ 2,60 por consulta a partir de julho. O valor pago sai de R$ 35,40 para R$ 38, um acréscimo irrisório para a maioria", diz.
Os médicos do plano reivindicavam, de acordo com ele, o mínimo de R$ 54 por consulta e R$ 60 por procedimentos como retornos.
Para Almeida, os 12 médicos que deixaram o plano de saúde eram responsáveis por 75% dos 4.000 atendimentos infantis mensais.
Parte do grupo de médicos já negocia sua transferência para um novo plano de saúde, cujo nome não foi divulgado pelos profissionais.

"HUMILHAÇÃO"
Conveniada ao São Francisco há 17 anos, a pediatra Amira Ubaid de Almeida, 42, afirma que decidiu abandonar o plano depois de um processo "humilhante" de negociações. "Eles alegam que não dão aumento, mas dão movimento. Eu me recuso a só "benzer" as crianças para ganhar mais."
Atualmente a pediatra atende cerca de 20 crianças em dois períodos do dia.
A mudança tem dividido os pacientes da médica. Parte deles pretende pagar R$ 80 pela consulta avulsa e fazer os exames pelo convênio, como permite a lei 9.656/98, que rege os planos de saúde.
Outra parcela prefere buscar novas operadoras. "Só é unânime eles acharem que a gente ganha mal", disse.
A auxiliar de enfermagem Gheyse Pacífico, 25, faz parte do grupo de vai mudar de convênio. Ela decidiu deixar a São Francisco há duas semanas por considerar a cobertura insuficiente. "Não consegui ninguém para atender meu filho em consultório, só na emergência."


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