Ribeirão Preto, Sexta-feira, 26 de Junho de 2009

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Mudança no hífen foi uma lambança, afirma Pasquale

Filipe Redondo/Folha Imagem
Prof. Pasquale Cipro Neto, que fala hoje no Salão de Ideias

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Referência no Brasil sobre língua portuguesa, o professor e colunista da Folha Pasquale Cipro Neto, 54, participa hoje do Salão de Ideias, às 14h, na 9ª Feira do Livro de Ribeirão. A seguir, trechos da entrevista.

 

FOLHA - O sr. começou a dar aulas alguns anos depois da Reforma Ortográfica de 1971. Foi diferente a reação do público daquela época?
PASQUALE CIPRO NETO
- Sim, porque as mudanças daquela reforma foram poucas, ligadas aos acentos. Desta vez, tem a questão do hífen que é um inferno.

FOLHA - Como está a repercussão da atual reforma?
PASQUALE
- As pessoas em geral não gostam, acham uma coisa improdutiva, que não traz nenhum benefício. A reação geral é negativa, sobretudo pelas confusões que foram feitas em relação ao hífen. Foi uma verdadeira lambança, porque a coisa foi interpretada de dois jeitos e não estava clara. O texto em si é confuso, muitas das decisões foram arbitrárias.

FOLHA - Hoje há um maior interesse pela língua portuguesa? Por quê?
PASQUALE
- Parece que sim. Tanto que tenho um programa que está na TV Cultura desde 1994. São 15 anos. Porque, no mínimo, a escola não anda cumprindo bem o papel dela, talvez. Mas o assunto causa interesse por si só.

FOLHA - Quais autores ou livros foram referência para o sr.?
PASQUALE
- Muitos, mas essencialmente os de literatura que me despertaram reações importantes: Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Vinícius de Morais, além dos portugueses como Fernando Pessoa.

FOLHA - Qual a dificuldade de se formar público leitor?
PASQUALE
- Não acho que haja muita diferença entre o Brasil e muitos países. A sociedade está com outros interesses. A vida massificada tira das pessoas o interesse pela cultura. Precisamos de escolas boas, com professor bem preparado, mas a coisa acontece em casa. Se a família não prestigiar a cultura, nada acontece.


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