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Novo camelódromo atrasa e vira abrigo de mendigos
Prédio visitado por Dárcy Vera (DEM) em abril tem fezes e resto de comida
Com local abandonado, comerciantes reclamam que vendas caíram 50%; aluguel custa
R$ 9.000 à prefeitura
DE RIBEIRÃO PRETO
O galpão da rua General
Osório esvaziado há dois meses para abrigar o novo camelódromo de Ribeirão está
abandonado e sem nenhum
sinal da reforma anunciada
pela prefeita Dárcy Vera
(DEM). Por conta do abandono, o prédio se tornou abrigo
de moradores de rua e de
usuários de drogas.
Comerciantes da região reclamam que as vendas caíram pela metade nos últimos
meses devido à falta de movimento e o uso do local por
mendigos. O galpão, que fica
na região da Baixada, tinha
movimento intenso de pessoas porque era usado como
garagem de vans que fazem
linhas regionais.
"Esse abandono é ruim. O
pedestre até evita passar daquele lado da calçada", disse
Orlando Luiz Leite, dono de
um bar em frente ao prédio.
"Fica um fedor de fezes,
um monte de gente dormindo aí e ninguém faz nada",
disse a vendedora Ana Paula
Ferreira Amado, 26.
O aluguel do prédio custa
à prefeitura R$ 9.000 por
mês. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que, na
semana que vem, irá colocar
tapumes para evitar a invasão de pessoas.
Sobre a reforma, afirmou
apenas que ela começa "nas
próximas semanas".
O imóvel de 1.500 m2 está
com a porta de aço quebrada,
sem tranca. O chão está repleto de sujeira, fezes e há no
ar um cheio forte de urina e
restos de comida.
Além de cigarros, há latinhas e outros objetos usados
para o consumo de drogas.
Também há tênis e roupas
velhas, que indicam que há
moradores no local. Vizinhos
contam que o galpão também é usado como local de
prostituição.
Ontem de manhã, a reportagem encontrou pelo menos
duas pessoas no galpão. No
mezanino, havia uma mulher que tomava o que parecia ser bebida alcoólica em
uma garrafa PET. Ela disse
que mora no local há alguns
dias com outros colegas.
Além da sujeira, vândalos
têm furtado a fiação elétrica.
Um orelhão instalado no local está constantemente danificado. "Em duas semanas,
eu precisei consertar seis vezes esse aparelho", disse o
técnico Wilson Rezende, que
trabalhava no local ontem.
O chefe do Departamento
de Fiscalização Geral, Osvaldo Braga, disse que houve
atraso na reforma porque o
dono demorou para entregar
documentos e o projeto estava tramitando na prefeitura.
Quando começar, a reforma deverá ser concluída em
até 60 dias, ao custo aproximado de R$ 60 mil. Vão para
o prédio ambulantes cadastrados que atuavam irregularmente no calçadão.
(JULIANA COISSI e HÉLIA ARAUJO)
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