Ribeirão Preto, Sábado, 26 de Junho de 2010

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Novo camelódromo atrasa e vira abrigo de mendigos

Prédio visitado por Dárcy Vera (DEM) em abril tem fezes e resto de comida

Com local abandonado, comerciantes reclamam que vendas caíram 50%; aluguel custa R$ 9.000 à prefeitura

DE RIBEIRÃO PRETO

O galpão da rua General Osório esvaziado há dois meses para abrigar o novo camelódromo de Ribeirão está abandonado e sem nenhum sinal da reforma anunciada pela prefeita Dárcy Vera (DEM). Por conta do abandono, o prédio se tornou abrigo de moradores de rua e de usuários de drogas.
Comerciantes da região reclamam que as vendas caíram pela metade nos últimos meses devido à falta de movimento e o uso do local por mendigos. O galpão, que fica na região da Baixada, tinha movimento intenso de pessoas porque era usado como garagem de vans que fazem linhas regionais.
"Esse abandono é ruim. O pedestre até evita passar daquele lado da calçada", disse Orlando Luiz Leite, dono de um bar em frente ao prédio.
"Fica um fedor de fezes, um monte de gente dormindo aí e ninguém faz nada", disse a vendedora Ana Paula Ferreira Amado, 26.
O aluguel do prédio custa à prefeitura R$ 9.000 por mês. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que, na semana que vem, irá colocar tapumes para evitar a invasão de pessoas.
Sobre a reforma, afirmou apenas que ela começa "nas próximas semanas".
O imóvel de 1.500 m2 está com a porta de aço quebrada, sem tranca. O chão está repleto de sujeira, fezes e há no ar um cheio forte de urina e restos de comida.
Além de cigarros, há latinhas e outros objetos usados para o consumo de drogas. Também há tênis e roupas velhas, que indicam que há moradores no local. Vizinhos contam que o galpão também é usado como local de prostituição.
Ontem de manhã, a reportagem encontrou pelo menos duas pessoas no galpão. No mezanino, havia uma mulher que tomava o que parecia ser bebida alcoólica em uma garrafa PET. Ela disse que mora no local há alguns dias com outros colegas.
Além da sujeira, vândalos têm furtado a fiação elétrica. Um orelhão instalado no local está constantemente danificado. "Em duas semanas, eu precisei consertar seis vezes esse aparelho", disse o técnico Wilson Rezende, que trabalhava no local ontem.
O chefe do Departamento de Fiscalização Geral, Osvaldo Braga, disse que houve atraso na reforma porque o dono demorou para entregar documentos e o projeto estava tramitando na prefeitura.
Quando começar, a reforma deverá ser concluída em até 60 dias, ao custo aproximado de R$ 60 mil. Vão para o prédio ambulantes cadastrados que atuavam irregularmente no calçadão.
(JULIANA COISSI e HÉLIA ARAUJO)

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