Ribeirão Preto, Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010

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Região lidera com folga as grandes queimadas em SP

Satélite do Inpe captou 476 focos neste mês no Estado, sendo 205 por aqui

A cidade de Guará, com 16 incêndios, foi a que teve mais casos; em 2009, líder registrou apenas seis ocorrências

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

As cidades da região de Ribeirão lideram a lista de municípios com o maior número de casos de incêndio de grande porte no Estado, entre os dias 1º e 24 deste mês. Os dados são coletados por satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O instituto detectou 476 focos de queimadas neste mês, sendo 205 na região. Em 2009, houve 79 registros no período e, em 2008, 131.
Neste ano, todas as dez cidades com mais incêndios estão na região. Nos anos anteriores, havia apenas duas da região entre as dez mais.
Guará é o município com mais focos de queimadas captados por satélite no mês -foram 19. Em seguida, aparecem Morro Agudo (16), Rincão (11) e Barretos (11).
No ano passado, a cidade líder, Catiguá (região de São José do Rio Preto), teve apenas seis focos. Mesmo em agosto de 2008, que foi menos chuvoso do que o de 2009 e mais parecido com a época atual, o satélite também captou menos casos: a primeira do ranking foi Taciba, na região de Presidente Prudente, com seis focos.
As chamas se propagam com maior facilidade em épocas de tempo seco como neste mês. Ontem, Ribeirão teve mais um dia de umidade relativa do ar baixa -a menor taxa foi de 14%.
O satélite do instituto só capta focos de no mínimo 30 metros de comprimento -o equivalente a dois ônibus enfileirados. Mas, de acordo com o meteorologista Raffi Agop Sismanoglu, da Divisão de Satélites do Inpe, a maior parte dos incêndios na região estende-se por centenas de metros.

BOMBEIROS
As queimadas se tornam mais preocupantes pela pouca estrutura de socorro das cidades. Só 14 de 89 municípios da região têm base ou posto dos bombeiros.
Entre as carentes, está Morro Agudo, a segunda cidade paulista com mais focos. Segundo o assessor de Serviços Urbanos da prefeitura, Tiago Spolarique, um dos possíveis motivos para o aumento de queimadas são os incêndios criminosos que têm ocorrido em canaviais.
A cidade tem dois caminhões-pipa, além do apoio de veículos de usinas.
Outras cidades também sem bombeiros tentam criar alternativas. É o caso de Restinga, que está cadastrando voluntários interessados em formar uma brigada de incêndio. Eles serão treinados pelos bombeiros de Franca, que também capacitarão funcionários para formar uma brigada contra queimadas rurais em Franca.


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