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Região lidera com folga as grandes queimadas em SP
Satélite do Inpe captou 476 focos neste mês no Estado, sendo 205 por aqui
A cidade de Guará, com 16 incêndios, foi a que teve mais casos; em 2009, líder registrou apenas seis ocorrências
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
As cidades da região de Ribeirão lideram a lista de municípios com o maior número
de casos de incêndio de grande porte no Estado, entre os
dias 1º e 24 deste mês. Os dados são coletados por satélite
do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais).
O instituto detectou 476 focos de queimadas neste mês,
sendo 205 na região. Em
2009, houve 79 registros no
período e, em 2008, 131.
Neste ano, todas as dez cidades com mais incêndios
estão na região. Nos anos anteriores, havia apenas duas
da região entre as dez mais.
Guará é o município com
mais focos de queimadas
captados por satélite no mês
-foram 19. Em seguida, aparecem Morro Agudo (16), Rincão (11) e Barretos (11).
No ano passado, a cidade
líder, Catiguá (região de São
José do Rio Preto), teve apenas seis focos. Mesmo em
agosto de 2008, que foi menos chuvoso do que o de
2009 e mais parecido com a
época atual, o satélite também captou menos casos: a
primeira do ranking foi Taciba, na região de Presidente
Prudente, com seis focos.
As chamas se propagam
com maior facilidade em
épocas de tempo seco como
neste mês. Ontem, Ribeirão
teve mais um dia de umidade
relativa do ar baixa -a menor taxa foi de 14%.
O satélite do instituto só
capta focos de no mínimo 30
metros de comprimento -o
equivalente a dois ônibus enfileirados. Mas, de acordo
com o meteorologista Raffi
Agop Sismanoglu, da Divisão de Satélites do Inpe, a
maior parte dos incêndios na
região estende-se por centenas de metros.
BOMBEIROS
As queimadas se tornam
mais preocupantes pela pouca estrutura de socorro das
cidades. Só 14 de 89 municípios da região têm base ou
posto dos bombeiros.
Entre as carentes, está
Morro Agudo, a segunda cidade paulista com mais focos. Segundo o assessor de
Serviços Urbanos da prefeitura, Tiago Spolarique, um
dos possíveis motivos para o
aumento de queimadas são
os incêndios criminosos que
têm ocorrido em canaviais.
A cidade tem dois caminhões-pipa, além do apoio
de veículos de usinas.
Outras cidades também
sem bombeiros tentam criar
alternativas. É o caso de Restinga, que está cadastrando
voluntários interessados em
formar uma brigada de incêndio. Eles serão treinados
pelos bombeiros de Franca,
que também capacitarão
funcionários para formar
uma brigada contra queimadas rurais em Franca.
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