DE RIBEIRÃO PRETO

Outra proposta aparentemente boa, mas que enfrenta resistência em ambiente de menos euforia e mais reflexão é a de criar estruturas no interior para "regionalizar" a administração do Estado ou "aproximá-la" do interior.
O candidato do PP Celso Russomanno chegou a dizer que, se eleito, pode transferir a capital para outro lugar, fora da Grande São Paulo. Já Paulo Skaf (PSB) quer implantar "subgovernadorias" Estado a dentro -uma delas em Ribeirão.
A mudança da capital não aparece no plano de governo entregue por Russomanno à Justiça Eleitoral -documento só tem um programa de regionalização da gestão para acelerar decisões.
Já as subgorvernadorias de Skaf fazem parte do plano de governo dele. "Serão órgãos executivos nas regiões administrativas", diz o texto do candidato.
Edgard Monforte Merlo, professor da área de gestão pública da USP Ribeirão, diz que as iniciativas de descentralizar o poder seriam "sempre boas", não fossem os altos custos e a provável disputa dos partidos políticos pelos cargos regionais, como já acontece com secretarias municipais ou de Estado.
"O problema é como colocar em prática essas ideias. Preparar estruturas como essas pode custar caro aos cofres públicos e elas ainda carregam a tendência ao empreguismo político e o inchaço da máquina", disse.
"Sem contar que, no fundo, as decisões continuarão sendo tomadas pelo poder central", afirmou.
Os coordenadores dos planos de governo de Russomanno e Skaf defenderam as propostas. "A intenção é reduzir despesas e não o contrário. Além disso, o Skaf vai priorizar a nomeação técnica", disse André Rebelo, economista da USP e membro da equipe do candidato do PSB.
Antonio Carlos do Amaral Filho, engenheiro que coordena o plano de Russomanno, disse que não haverá empreguismo porque o número de secretarias será reduzido e o programa será implantado nos moldes das subprefeituras da capital.
"Mas essa ideia ainda está em estudo e, se não funcionar depois de implantada, será abandonada."


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