Ribeirão Preto, Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010

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Confirmações de dengue atingem 88%

Índice é mais alto que os vistos em picos de epidemia, entre abril e maio, e supera o histórico de janeiro, que vai de 10% a 20%

Total de casos da doença confirmados somente neste ano em Ribeirão já chega a 346, o maior patamar já registrado nos anos 2000

Silva Junior/ Folha Imagem
Erika Inocente, agente do Controle de Vetores, com foco encontrado no Parque Ribeirão Preto

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O percentual de casos suspeitos de dengue confirmados após testes de laboratório em Ribeirão chegou ontem a 88%, nível mais alto que os verificados nos picos de epidemia, que normalmente ocorrem nos meses de abril e maio, segundo a Vigilância Epidemiológica.
De acordo com a Secretaria da Saúde de Ribeirão, dos 393 exames feitos para detecção da doença em 2010, 346 deram resultado positivo para dengue -há 709 suspeitos à espera do resultado do exame. Nos picos das epidemias, a positividade dos exames varia entre 50% e 60% e, para esta época do ano, era esperado índice entre 10% e 20%, segundo Ana Alice de Castro e Silva, chefe da Vigilância Epidemiológica.
Diante do número de casos de dengue registrados somente em janeiro, o mais alto dos anos 2000, o departamento de Vigilância em Saúde já prevê que Ribeirão tenha a pior epidemia da doença de toda a sua história neste ano. O recorde ocorreu em 2006, quando 5.997 pessoas foram infectadas -em janeiro daquele ano, houve 292 casos.
Segundo Maria Luiza Santa Maria, diretora do departamento, o pico da epidemia neste ano deve ocorrer em março.
A antecipação fez com que a secretaria montasse um esquema especial para atender os pacientes, que inclui a compra de garrafas extras para a colocação de soro de hidratação e a proposta de criação de uma equipe exclusiva, com médico e enfermeiro, para atender pessoas com dengue na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Castelo Branco, na zona leste, onde vivem 179 pessoas que pegaram dengue neste ano (51,7% do total).
"Pedi um aditamento de 25% no contrato de compra de 5.000 garrafas. Serão 1.250 a mais", disse Santa Maria.
Ela afirmou que a hidratação de pacientes com dengue é um tratamento importante para amenizar os sintomas da doença e evitar que ela evolua, causando complicações de saúde.
Neste ano, duas mulheres que tinham dengue morreram na cidade. Num dos casos, o da morte de Maria Auxiliadora Alves, 51, no dia 3, o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo confirmou a dengue hemorrágica como causa. Já no caso de Aparecida de Paula, 63, que morreu na Beneficência Portuguesa no último domingo com sintomas de dengue hemorrágica, não há confirmação.
A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água limpa e parada.


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