Da demanda total, 71% é de famílias que recebem até três salários mínimos

DA FOLHA RIBEIRÃO

Para acabar com o déficit de 16.634 moradias, Ribeirão teria de construir duas vezes e meia o número de casas populares já feitas na cidade pela Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto).
O cálculo foi feito pela Folha com base no número de cadastrados no banco de dados da autarquia à espera de uma casa e no total de mutuários ativos até ontem-são 6.487, segundo o presidente da Cohab-RP, Rodrigo Iglesias Arenas.
Do total da demanda, 71%, ou 11.837 famílias, recebem de zero a três salários mínimos (até R$ 1.395).
Do restante, 4.516 famílias têm renda mensal de três a sete salários (de R$ 1.395 a R$ 3.255) e 281 recebem acima deste valor.
"Considero que nosso déficit real é de 12 mil casas, para a baixa renda. Os demais podem conseguir moradia por outros meios", disse Arenas.
O representante da Cohab-RP e a prefeita Dárcy Vera (DEM) estiveram anteontem em Brasília para participar do lançamento do Plano Nacional de Habitação e pedir verba para a construção de pelo menos 15 mil unidades habitacionais.
O número corresponde a quase 4% das casas previstas pelo pacote para famílias de baixa renda de todo o Brasil- 400 mil. Segundo o governo, serão um milhão de casas e R$ 34 bilhões de investimento.
"Voltei otimista e com a sensação de que pelo menos 12 mil casas, o suficiente para resolver nosso problema de baixa renda, que é o gargalo, vamos conseguir", disse a prefeita.
Dárcy disse que baseou seu pedido na requisição feita pelo prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), que solicitou 30 mil casas. "Fiz a conta rápida e pedi 15 mil, já que temos metade da população deles", afirmou.
Segundo Arenas, três áreas particulares, duas na região norte e uma na leste da cidade, já foram identificadas e medidas para abrigar as casas. A localização não foi revelada para evitar especulação imobiliária, segundo Arenas.
A partir da próxima segunda-feira, o presidente da Cohab-RP inicia a negociação com os proprietários e ouvirá construtoras para enviar o plano à União.

Casa própria
Ontem, 11 famílias receberam as chaves de casas no conjunto habitacional Jardim Nova Monte Alegre, feitas para pessoas retiradas da favela do mesmo nome.
"Morei cinco anos em um barraco. Não tem como descrever o quanto estou feliz neste momento", disse o pedreiro Reinaldo Conceição dos Santos, 37, um dos atendidos ontem.
(ROBERTO MADUREIRA)


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