Ribeirão Preto, Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

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Agrishow aposta em feira de "baixo custo"

Equipamentos mais baratos ou que ajudam a reduzir custos devem ser os mais procurados na edição que começa hoje

Divididos entre esperança e pessimismo, todos os expositores ouvidos pela Folha vão apostar em produtos acessíveis


Edson Silva/Folha Imagem
Operário limpa colheitadeira que estará à venda durante a 16ª edição da Agrishow de Ribeirão

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Equipamentos mais baratos ou que têm objetivo de reduzir gastos na produção devem ser os mais procurados na Agrishow "do baixo custo", a 16ª edição da feira, que será aberta oficialmente às 10h de hoje, na Fazenda Experimental do Estado, em Ribeirão Preto.
Em tempos de crise, a maioria dos expositores voltou suas equipes de desenvolvimento e marketing para valorizar a economia, de alguma forma, o que deve ser o tom das principais novidades deste ano.
O presidente da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), Cesário Ramalho da Silva, que chegou a chamar de "terroristas" as empresas que desistiram de participar do evento deste ano culpando a crise, disse acreditar que a criatividade deve valer mais vendas.
"O produtor inteligente vai atrás de negócios que lhe rendam economia. Como uma feira de tecnologia, a Agrishow vai proporcionar isso ao público, com certeza" disse.
Para o presidente da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) e ex-secretário de Estado, Fábio Meirelles, a feira deste ano terá papel de "um experimento de identificação de objetivos do setor rural".
"A feira saiu com esforço muito grande dos organizadores. Para os empresários, principalmente pelo momento de crise, será um termômetro do que quer o produtor a partir de agora, como um divisor de águas", afirmou.
As empresas participantes, das maiores às menores, ficam "em cima do muro" quando a pergunta é o que esperar da Agrishow. Divididos entre o pessimismo e a esperança de ver no evento a retomada nos negócios, todos os expositores ouvidos pela Folha vão apostar em produtos acessíveis.
"É complicado tentar responder isso [expectativa]. Não sei que rumo vai tomar a feira. Não há linha de crédito positivas para todo mundo, principalmente para produtos mais caros. Portanto, prevemos que nosso ponto forte serão os produtos mais baratos", disse Roberto Gritti, gerente de negócios da Starmag, especializada em máquinas para colheita e transbordo de cana.
A esperança da empresa é uma colhedora de pequeno porte e mais econômica, com preço aproximado de R$ 50 mil. Ela foi lançada em 2007, mas ainda assim será a "estrela da companhia" na Agrishow, pelas suas características.
"Ela tem um menor custo de manutenção por safra e menos uso de diesel, além de já ter um preço razoável", afirmou o gerente de negócios.
A tendência deve ser seguida até pelas pequenas montadoras de tratores -elas assumiram o espaço das gigantes do setor, que boicotaram a edição deste ano da feira agrícola.
"Acho que todos vão buscar essa questão de qualidade com o custo baixo. Nós mesmos esperamos sucesso de um trator para agricultura familiar que custa R$ 39 mil, um preço acessível", disse Julio Cercal, gerente comercial da empresa gaúcha Tramontini.
O número de expositores para a Agrishow deste ano caiu, de 745 para 725. Menor também deve ser o espaço físico ocupado pelos estandes, que estarão mais "modestos", de acordo com o diretor geral da feira agrícola, José Danghesi.
Crise à parte, a brecha deixada por empresas do porte de John Deere, Valtra, Massey Ferguson e New Holland, por exemplo, foi muito comemorada. "É uma janela excepcional. Especificamente no nosso caso, estamos investindo em ampliação da área e temos engatilhado um novo produto. Apostamos na feira", disse Cercal.


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