Ribeirão Preto, Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

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Contaminação inviabiliza consumo de água do rio Pardo

Defensivos agrícolas como o diuron e hexazinona foram identificados em várias amostragens da água do rio

Substâncias não foram eliminadas em um simulador de estação de tratamento de esgoto, segundo pesquisa

Edson Silva/Folhapress
Vista do rio Pardo, próximo ao Clube de Regatas, em Ribeirão, ontem no final da tarde

VÍTOR OGAWA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


A contaminação do rio Pardo por defensivos agrícolas pode inviabilizar sua água para consumo devido aos custos de construção de uma ETE (estação de tratamento de esgoto) que eliminaria essas substâncias.
A afirmação é da professora e química Cristina Pereira Rosa Paschoalato, da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), que conclui uma pesquisa sobre o rio Pardo.
Resultados parciais desse estudo indicam que a água do Pardo está contaminada por defensivos agrícolas como o diuron e hexazinona.
Cristina conta que foram feitas várias amostragens e os herbicidas foram identificados em várias delas.
Para ela, o rio Pardo será uma fontes de água potável para quando a capacidade de extração de água de poços artesianos de Ribeirão ficar comprometida pela alta demanda e pelo rebaixamento do nível do aquífero Guarani.
O fato de o rio cortar regiões produtoras de cana-de-açúcar, diz ela, influencia no grau de contaminação.
"Cerca de 90% das usinas de cana-de-açúcar aplicam diuron e hexazinona", afirma a professora.
Ela conta que os dois herbicidas não estão na lista de proibidos da portaria 357 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que traz normas para manter a qualidade das águas dos rios.
A pesquisadora espera, no entanto, que na reforma da portaria 518 do Conama, que define os padrões de potabilidade da água, esses dois compostos passem a integrar a lista de substâncias controladas e monitoradas.
Cristina diz que sua pesquisa simulou os produtos numa estação de tratamento e que as substâncias "passaram direto", indicando que isso ocorreria também numa ETE convencional.
A pesquisa é realizada pela Funep (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão) e pelo Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), em parceria com a Unaerp.
O Daerp afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a pesquisa continua em andamento e que qualquer análise nesse momento será prematura.
"Vamos esperar o fim da pesquisa para ver que medidas preventivas serão tomadas", afirma a assessoria.

OUTRO LADO
Já a Unica (representante das usinas) informou que se manifestaria depois de ter acesso à pesquisa completa.


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