Rapaz de 18 anos trabalhava na Transerp; outro homem foi preso anteontem

Funcionário trabalhava no setor de digitação de multas; Latuf diz que vai investigar se ele podia mesmo apagar autuação

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Militar de Ribeirão prendeu em flagrante, na noite de sexta, dois homens acusados de se oferecer para apagar multas de trânsito de pessoas autuadas. Um dos detidos é estagiário da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.).
A polícia chegou primeiro ao estudante de direito Michel Fernandes de Oliveira, 26, no Jardim Tamandaré, no momento em que ele oferecia o serviço a uma família que resolveu denunciá-lo.
Preso, Oliveira disse que o mentor do esquema era Eric Wellinton Marinho, 18, responsável por digitar as autuações e inseri-las no sistema da Transerp.
O preço cobrado, inicialmente, foi de R$ 400 para apagar multas, que somavam R$ 800. Com a recusa da família, eles teriam baixado a oferta para R$ 200. Depois de denunciados, eles ainda ofereceram R$ 500 para subornar os policiais, de acordo com a PM.
Levados ao 2º plantão policial, os jovens confirmaram a tentativa de corrupção, mas não deixaram claro como fariam sua parte no acordo. Com eles, foram apreendidos talões de multas em branco, documentos, um celular e o crachá oficial da Transerp.
Eles foram indiciados por corrupção ativa e passiva e passaram o fim de semana na cadeia de Santa Rosa de Viterbo. Segundo um parente de Marinho que não quis se identificar, o jovem "se arrependeu".
O superintendente da Transerp, William Latuf, disse que uma sindicância interna será aberta para apurar se o jovem já havia praticado o crime antes e como ele faria para evitar que a multa chegasse ao autuado.
"Precisamos saber se ele realmente podia fazer o que estava oferecendo", disse Latuf. Ele disse acreditar que o rapaz simplesmente não digitava os dados das autuações e depois buscava contato com a pessoa multada.
Esta é a terceira vez que o sistema de controle de autuações da Transerp é colocado à prova. No começo do ano, uma sindicância apurou o motivo pelo qual o sistema permitia que se apagassem multas por baixa manual. No início deste mês, a Folha revelou que a Transerp deixou de autuar 53 carros oficiais que foram flagrados acima da velocidade.


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