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Promotor apura assédio moral em Franca
Ministério Público do trabalho notifica prefeitura por conta de denúncias que foram confirmadas em órgãos públicos
Administração terá 120 dias para resolver casos que envolvem servidores e terá que elaborar plano para coibir o assédio moral
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Denúncias de casos de assédio moral em órgãos da administração municipal colocaram
a Prefeitura de Franca na mira
do Ministério Público do Trabalho. O órgão notificou a prefeitura a orientar os funcionários em cargos de direção a
proibir qualquer prática de assédio ou discriminação. Mandou também elaborar um programa preventivo para coibir
esse tipo de prática.
Se as medidas não forem tomadas em 120 dias, a prefeitura
será ré em uma ação civil pública da Procuradoria.
Problemas de relacionamento entre subordinados e superiores, ofensas e até casos de
agressão física foram denunciados pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos
de Franca em 2007.
Segundo o procurador do
Trabalho Silvio Beltramelli Neto, foram abertas investigações
para apurar as denúncias e parte delas foi confirmada.
Na Defesa Civil e na Guarda
Civil Municipal, por exemplo,
foram constatados, a partir de
depoimentos dos próprios servidores, desde simples situações de constrangimento entre
funcionários até situações mais
extremas, como humilhações,
ofensas pessoais e agressões,
disse Beltramelli.
José Nhozinho Sales Ramos,
presidente do sindicato, afirmou que as piores situações foram vividas pelos trabalhadores da Defesa Civil, instalados, à
época, em um quartel do Corpo
de Bombeiros.
Como estavam em um ambiente militar, eram submetidos a situações constrangedoras quando não se adequavam a algumas práticas exigidas pelo
comando do local. Em um dos
casos, relata Ramos, um funcionário ficou preso por uma hora
dentro de um carro da corporação à vista dos colegas.
Na Junta Médica, responsável pelos exames dos servidores, a Procuradoria apurou que
havia "falta de urbanidade"
(cortesia, civilidade) no atendimento aos pacientes.
De acordo com Ramos, muitos das situações denunciadas
ainda perduram. Nos casos
mais extremos, como na Defesa
Civil e na Guarda Civil, porém,
os problemas foram resolvidos,
disse o sindicalista.
O assédio moral, diz o procurador, acontece quando uma
pessoa é exposta a "situação vexatória permanente, com a finalidade de reduzir a autoestima da
pessoa e talvez até conseguir que
ela se desligue de sua função".
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