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EUA anulam prisão de dois brasileiros
Corte de apelação reverteu a sentença de dois moradores, que passarão por um novo julgamento neste ano
Alaor Oliveira Júnior e Reynaldo Eid Junior, acusados de sequestrar uma brasileira, dizem que foi uma armadilha
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A Corte de Apelação da Califórnia, nos Estados Unidos,
reverteu uma sentença que
condenava à prisão perpétua
os brasileiros Alaor do Carmo
Oliveira Júnior, de Borborema, e Reynaldo Eid Júnior, de
Novo Horizonte.
Os dois terão novo julgamento. Eles haviam sido condenados em março do ano
passado pelo sequestro de
uma brasileira e seu filho em
Costa Mesa (Califórnia). Segundo a acusação, eles pediram resgate de US$ 14 mil ao
marido dela.
A corte entendeu que houve falhas de instrução no processo, que levaram o júri a
decidir erroneamente pela
prisão perpétua. A decisão
saiu na última quinta-feira.
Se não houver recurso da
Promotoria, o novo julgamento ocorrerá em 60 dias.
A cabeleireira Mary Souza
Oliveira, 50, mulher de Oliveira Junior, disse que soube
da decisão pelo ex-cônsul geral-adjunto brasileiro em Los
Angeles, Júlio Victor do Espírito Santo -ele trabalha hoje
em Zurique, na Suíça.
A defesa diz que os brasileiros foram vítimas de uma
armadilha. A "vítima" teria
forjado o sequestro para ter
direito a um "green card" - a
lei californiana permite que
vítimas de crimes graves possam ficar nos EUA.
Oliveira Junior trabalhava
na época como carpinteiro,
mas, para ganhar um extra,
fazia bico como motorista da
empresa de Eid Júnior.
Pelo relato da cabeleireira,
o marido da "sequestrada",
Jeferson Ribeiro, pediu ao
serviço de transporte que
buscasse sua mulher e o filho, que haviam acabado de
entrar ilegalmente nos Estado Unidos pelo México.
Ela não vê Oliveira Júnior
desde 2000, quando ele foi
aos Estados Unidos para pagar a faculdade dos filhos.
"É a primeira notícia boa
em cinco anos. É uma vitória
muito grande, porque revisão de prisão perpétua é raríssima. Ele estava quase que
como no corredor da morte",
diz a cabeleireira, que não sabe quando (nem se) o marido
deve voltar ao Brasil.
Ele foi preso em novembro
de 2005, um mês antes de
voltar para visitar a família,
conhecer o neto e vir ao casamento do filho mais velho.
Desde a prisão, conta
Mary, os filhos deixaram a faculdade -de biomedicina e
odontologia-, por causa dos
custos, e o mais novo entrou
em depressão. Após a prisão,
ela nunca mais ouviu a voz
do marido. Eles só se comunicam por cartas.
O Consulado Geral do Brasil em Los Angeles, que ainda
não teve contato com os brasileiros, diz acreditar ser pouco provável que a Promotoria
peça revisão da apelação.
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