Ribeirão Preto, Segunda-feira, 27 de Setembro de 2010

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Casal é preso acusado de dar bebida para o filhinho

Menino de 1 ano e meio foi internado com coma alcoólico em Sertãozinho

Pai diz que filho, que está em estado grave, pode ter bebido pinga escondido; mãe, que garoto foi atropelado

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Um casal foi preso na tarde de ontem em Sertãozinho acusado de dar bebida alcoólica para o filho de um ano e meio de idade. A criança está internada em coma alcoólico na Santa Casa da cidade.
Segundo a Polícia Militar, uma testemunha informou que uma criança estava embriagada na Vila Garcia, periferia de Sertãozinho.
No local, os policiais encontraram os pais da criança alcoolizados, mas o menino já tinha sido levado por uma tia até o hospital.
"A mãe disse que o menino foi atropelado por uma moto, mas as testemunhas disseram que era mentira. Fomos até o hospital e a médica nos confirmou que a criança estava em coma alcoólico", disse o policial Luís Fernando dos Santos.
Tereza de Lourdes Militão Pedroso, 25, e Edivar Rodrigues da Silva, 30, trabalham recolhendo materiais recicláveis e moram num barraco de madeira de um cômodo. Eles têm mais quatro filhos. O mais velho tem 9 anos e o mais novo, 9 meses.
O delegado Plaucio Fernandes foi até o bairro onde o casal mora e, segundo ele, testemunhas afirmaram que não era a primeira vez que as crianças bebiam álcool.
"Os vizinhos falaram que já viram outras vezes os meninos cambaleando e com cheiro forte de álcool."
O casal nega as acusações. Silva afirmou que estava no bar quando o filho passou mal e que o bebê pode ter bebido escondido.
"Um colega disse que passou em casa e deixou uma garrafinha de pinga embaixo da estante e acho que meu menino tomou. Nunca dei bebida para eles."
Já a mãe do menino continuou afirmando que ele havia sido atropelado por uma moto quando brincava em frente de casa. Ela não soube explicar porque a criança estava com hálito de álcool.
"Meu filho mais velho estava com ele e me disse que ele foi atropelado. Agora estão falando que ele estava bêbado, mas não sei como isso pode ter acontecido. Só se ele tomou alguma coisa na rua, porque em casa não tinha cachaça nenhuma."
Pedroso confirmou que passou a noite bebendo com o marido, mas nega que eles deem álcool para os filhos.
De acordo com a assessoria da Santa Casa, o criança não tem marcas ou lesões que indiquem um atropelamento. O estado de saúde do menino é grave e ele corre risco de morte.
O casal foi autuado em flagrante no artigo 243 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), por fornecer produtos que podem provocar a dependência física ou psíquica de menores.


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