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Juiz mantém vereadores de Igarapava na cadeia
Cinco parlamentares são acusados de cobrar mesada do chefe do Executivo
Cidade sediou, ontem, evento da OAB, que quer a criação de uma sala da transparência para que a população confira gastos
GEORGE ARAVANIS
ENVIADO ESPECIAL A IGARAPAVA
A Justiça de Igarapava decretou ontem a prisão preventiva
dos cinco vereadores acusados
de cobrar um "mensalinho" do
prefeito Francisco Tadeu Molina (PSDB). Os cinco estão na
cadeia de Pedregulho. Quatro
deles foram presos em flagrante no último dia 17, no gabinete
do prefeito, quando o pressionavam para receber o "mensalinho" de R$ 5.000.
O presidente da Câmara,
Alan Kardec de Mendonça
(PSDB), foi detido um dia depois, escondido no "arquivo
morto" da prefeitura -fugiu
antes da prisão dos outros- e
estava preso temporariamente,
já que havia escapado do flagrante. O prazo de sua prisão
temporária venceria hoje.
A concessão da prisão foi o
desfecho de um dia em que praticamente só se falou do caso do
"mensalinho" em Igarapava.
Pela manhã, o prefeito Molina recebeu a visita de dez prefeitos da região, que foram à cidade para um evento sobre os
rumos do setor agropecuário.
O chefe do Executivo de Ituverava, Mário Matsubara
(PSDB), falou pelos presentes.
"Sabemos que você [Molina]
está passando por um momento difícil e estamos aqui para te
dar uma força. Qualquer coisa,
grita", afirmou. À tarde, a OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) lançou na cidade a campanha Ética na Política, na Casa
da Cultura, com a presença do
presidente estadual da entidade, Luiz Flávio Borges D'Urso.
A OAB local reuniu 1.200 assinaturas pedindo a instalação
de uma sala da transparência,
em que qualquer cidadão poderá acessar gastos da prefeitura.
O prefeito disse que pretende
instalar a sala e que a proposta
está em análise no Departamento Jurídico.
O advogado Vilson Rosa, que
defende os vereadores Alan
Kardec e José Laudemiro
(DEM), disse que não está autorizado pelos clientes a falar.
Os advogados dos demais -José Eurípedes de Souza (PT),
Roberto Silvério (PSDB) e Sérgio Augusto de Freitas (PP)-
não foram achados ontem.
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