Ribeirão Preto, Quinta-feira, 28 de Maio de 2009

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Região só preserva 7% da mata atlântica, diz estudo

Índice é pior do que o nacional, aponta fundação que analisou 24 cidades da região

Pior situação está em Taiúva, que não tem mata remanescente; melhor é em Cajuru, que preserva 14% do território original


JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Apenas 7,14% da área de mata atlântica dos municípios da região de Ribeirão Preto estão preservados. É o que aponta estudo da Fundação SOS Mata Atlântica. No total, 24 cidades da região fazem parte das áreas consideradas originalmente de mata atlântica -Ribeirão não está entre elas, já que sua vegetação é do tipo bioma cerrado.
O índice da região é inferior à média geral de preservação do país, de 7,9%. Com zero hectare de mata atlântica remanescente, Taiúva é a cidade mais degradada da região, proporcionalmente- tinha, originalmente, 2.178 hectares de mata.
Em seguida, aparece Severínia, que conseguiu manter apenas 2% de seu ecossistema original, e Vista Alegre do Alto e Monte Azul Paulista, com 3% das matas remanescentes.
Cajuru tem a maior área preservada de mata em relação ao território original -14%, ou 4.774 hectares, dos 35.164 existentes inicialmente, estão preservados. Já a maior área absoluta fica em Olímpia, onde 11%, ou 5.833 hectares de mata atlântica, estão preservados.
Tradicionais áreas de expansão agrícola, muitas dessas cidades registram hoje o avanço da cana, após passarem pelos ciclos do café e da laranja. É o caso de Severínia, onde o pouco que sobrou da mata original faz parte da mata ciliar, na beira dos rios, afirma o ambientalista Rubens Marcelo, que há dez anos fundou a ONG Angico -nome de espécie de árvore da mata atlântica - para atuar pela preservação na região.
Segundo Marcelo, que atualmente é assessor da prefeitura de Severínia, a maior parte da mata remanescente está em propriedades particulares, o que dificulta a atuação do poder público. "As leis existem, mas ninguém cumpre."
Já em Cajuru, "ninguém deixa derrubar a mata", diz o responsável pelo Meio Ambiente na cidade, Orlando Batista Tincani. Segundo ele, a variedade de culturas agrícolas -principalmente em hortas- plantadas na cidade ajuda na preservação da mata. Segundo Tincani, os proprietários permitem fiscalização de suas áreas.
De acordo com o coordenador de Meio Ambiente, a cidade aprovou nesta semana a criação do Conselho Municipal do Meio Ambiente e a implantação de uma disciplina relacionada ao tema nas escolas do município.


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