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Região só preserva 7% da mata atlântica, diz estudo
Índice é pior do que o nacional, aponta fundação que analisou 24 cidades da região
Pior situação está em Taiúva, que não tem mata remanescente; melhor é
em Cajuru, que preserva 14% do território original
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Apenas 7,14% da área de mata atlântica dos municípios da
região de Ribeirão Preto estão
preservados. É o que aponta estudo da Fundação SOS Mata
Atlântica. No total, 24 cidades
da região fazem parte das áreas
consideradas originalmente de
mata atlântica -Ribeirão não
está entre elas, já que sua vegetação é do tipo bioma cerrado.
O índice da região é inferior à
média geral de preservação do
país, de 7,9%. Com zero hectare
de mata atlântica remanescente, Taiúva é a cidade mais degradada da região, proporcionalmente- tinha, originalmente, 2.178 hectares de mata.
Em seguida, aparece Severínia, que conseguiu manter apenas 2% de seu ecossistema original, e Vista Alegre do Alto e
Monte Azul Paulista, com 3%
das matas remanescentes.
Cajuru tem a maior área preservada de mata em relação ao
território original -14%, ou
4.774 hectares, dos 35.164 existentes inicialmente, estão preservados. Já a maior área absoluta fica em Olímpia, onde 11%,
ou 5.833 hectares de mata
atlântica, estão preservados.
Tradicionais áreas de expansão agrícola, muitas dessas cidades registram hoje o avanço
da cana, após passarem pelos
ciclos do café e da laranja. É o
caso de Severínia, onde o pouco
que sobrou da mata original faz
parte da mata ciliar, na beira
dos rios, afirma o ambientalista
Rubens Marcelo, que há dez
anos fundou a ONG Angico
-nome de espécie de árvore da
mata atlântica - para atuar pela
preservação na região.
Segundo Marcelo, que atualmente é assessor da prefeitura
de Severínia, a maior parte da
mata remanescente está em
propriedades particulares, o
que dificulta a atuação do poder público. "As leis existem,
mas ninguém cumpre."
Já em Cajuru, "ninguém deixa derrubar a mata", diz o responsável pelo Meio Ambiente
na cidade, Orlando Batista Tincani. Segundo ele, a variedade
de culturas agrícolas -principalmente em hortas- plantadas na cidade ajuda na preservação da mata. Segundo Tincani, os proprietários permitem
fiscalização de suas áreas.
De acordo com o coordenador de Meio Ambiente, a cidade
aprovou nesta semana a criação do Conselho Municipal do
Meio Ambiente e a implantação de uma disciplina relacionada ao tema nas escolas do
município.
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