Ribeirão Preto, Sábado, 28 de agosto de 1999

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INVESTIGAÇÃO
Ex-diretor da Câmara Municipal de Ribeirão Preto foi acusado de extorquir uma funcionária
MP pede arquivamento do caso Sandrin

ANGELO SASTRE
free-lance para a Folha Ribeirão

O promotor Carlos Goulart solicitou o arquivamento da denúncia de extorsão contra o ex-diretor da Câmara de Ribeirão Preto e juiz aposentado Guilherme Sandrin Filho.
O processo está sendo analisado pelo juiz Rui Ribeiro Magalhães, de Araraquara.
Em dezembro do ano passado, o juiz aposentado foi preso em flagrante sob acusação de extorquir dinheiro da auxiliar de diretoria Rosemeyre Aparecida Ferreira Gomes.
Na ocasião, a polícia encontrou um cheque da auxiliar, no valor de R$ 700, no bolso de Sandrin Filho, que permaneceu preso por 16 horas.
De acordo com a denúncia de Rosemeyre, o juiz aposentado a obrigava a entregar 50% de seu salário (em torno de R$ 1.500).
Em seu parecer, o promotor Carlos Goulart afirma que não ficou caracterizado o crime de extorsão, já que por ser funcionário público o delito seria de concussão.
Mesmo assim, ele diz em sua conclusão que o crime não foi verificado porque não foi comprovado o constrangimento, que caracterizaria o delito.
O vereador Leopoldo Paulino (PSB), que na época era presidente da Câmara, afirma que está com a consciência tranquila em relação ao caso.
"O juiz ainda não decidiu arquivar o processo. Além disso, eu cumpri com o meu dever ao receber a denúncia da funcionária", diz Paulino.
Ele afirma que não vai tomar nenhuma medida junto ao Judiciário, mesmo que o arquivamento seja confirmado pelo juiz. "Como não faço parte do processo, não vou entrar com nenhum recurso", diz.
Por outro lado, ele afirma que relatou o fato ao senador Ramez Tebet (PMDB), que preside a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Judiciário.
A Folha procurou a auxiliar de diretoria Rosemeyre Aparecida Ferreira Gomes, mas foi informada por funcionários da Câmara de Ribeirão que ela estaria em São Paulo.
O juiz aposentado e ex-diretor da Câmara Guilherme Sandrin Filho também foi procurado pela Folha, mas seus familiares informaram que ele estaria viajando e só deve retornar à cidade na próxima semana.
Durante toda a tarde de ontem, a Folha tentou localizar o promotor Carlos Goulart no Ministério Público para comentar o assunto, mas não obteve contato.



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