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Caso Suzane pode render outra punição
Corregedor deve instaurar procedimento disciplinar contra promotor Berardo, que já está suspenso por assédio
Agora, promotor terá que explicar declaração que deu à Globo sobre depoimento em que a presa acusa o ex-sogro
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A Procuradoria-Geral de
Justiça irá pedir à Corregedoria-Geral que instaure um
procedimento disciplinar
contra o promotor Eliseu José
Berardo Gonçalves, de Ribeirão Preto, que já cumpre 22
dias de suspensão por assediar a condenada por homicídio Suzane von Richthofen.
O novo procedimento é
motivado pelas declarações
do promotor anteontem ao
"Fantástico", da TV Globo.
Berardo disse que Suzane
apontou Astrogildo Cravinhos como mentor da morte
dos pais dela em outubro de
2002. Astrogildo é pai dos
dois irmãos Cristian e Daniel,
que foram condenados pelo
crime, junto com Suzane.
Em nota, a Procuradoria
pede procedimento "para
apuração de eventual falta
funcional praticada em razão
de o promotor não ter tomado providências à época em
que tomou conhecimento de
fato relevante em relação ao
assassinato do casal Richthofen, o que somente foi revelado em entrevista".
A instituição, ainda segundo a nota, também solicitou à
Rede Globo cópia da entrevista, "a fim de instruir o procedimento".
Na entrevista, o promotor
afirma que Suzane lhe contou em depoimento, em
2007, que Astrogildo determinou o dia, o horário e a forma de execução do casal, e
até confeccionou os instrumentos usados para matar
Manfred e Marísia.
À Folha o promotor do caso, Roberto Tardelli, disse
que não pretende inquirir Astrogildo. Segundo ele, a alegação é frágil, parte de uma
criminosa "especialista na
arte de manipular" e, na época, o pai dos Cravinhos foi investigado, mas nada se provou contra ele.
"Não há uma uma única linha no processo sobre isso.
Se juntarmos as quase 20 horas de depoimento de Suzane, ela nunca disse nada sobre ele [Astrogildo]."
A delegada Cintia Tucunduva Gomes, do Grupo Especial de Investigações de Crimes contra Criança e Adolescente, disse que não vai investigar, a não ser que haja
uma denúncia formal.
Denivaldo Barni, advogado de Suzane, disse apenas
que irá requisitar o documento em que ela teria feito a afirmação a Berardo.
A punição ao promotor foi
revelada pela Folha no último dia 15. A pena começou a
ser cumprida na quarta.
O advogado de Berardo,
Heráclito Moussin, disse que
já entrou com pedido de revisão da pena no Conselho Nacional do Ministério Público.
O ponto mais questionado
pela defesa é que Suzane em
nenhum momento foi ouvida
pela Corregedoria.
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