Ribeirão Preto, Terça-feira, 28 de Setembro de 2010

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Safra de café será a maior em 4 anos

Região de Franca vai encerrar temporada com 1,5 milhão de sacas produzidas, 50% a mais que no ano passado

Percentual supera o índice de crescimento do Estado de SP, onde o aumento na produção é estimado em 35,3%

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

A atual safra de café deverá ser encerrada como uma das maiores dos últimos anos na região e se igualar à produção de 2006, quando houve o recorde da década.
Números da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), que reúne cerca de 2.000 produtores da microrregião de Franca e de Minas Gerais, apontam que a safra atual deve ser finalizada com a produção de 1,5 milhão de sacas de 60 kg.
O número iguala a produção de 2006 e é 50% maior que a safra do ano passado.
A previsão deste ano faz parte da "safra alta", período da bianualidade mais produtiva do café -há uma alternância entre temporadas mais e menos produtivas.
Na comparação com a última "safra alta", a de 2008, a previsão deste ano é de um aumento de 12%.
No caso do Estado, a estimativa de alta também deverá refletir em um incremento significativo da produção, mas em percentuais abaixo dos da região de Franca.
Segundo a estimativa divulgada pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola) neste mês, o Estado deve atingir uma produção de 4,6 milhões de sacas, alta de 35,3% em relação às 3,4 milhões de sacas da temporada 2009/10.
No país, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a alta deve ser de 19,6% -47 milhões de sacas nesta safra, ante 39,47 milhões na anterior.
Apesar dos altos níveis de produção, não haverá excedente de café, afirma o engenheiro agrônomo e diretor da Cocapec, Ricardo Lima.
Segundo ele, as 47 milhões de sacas já têm destino certo. Cerca de 30 milhões devem ser exportadas e o restante atenderá o mercado interno.
"A despeito de ser uma safra alta, ainda não vai ser algo que vá fazer com que sobre café, pelo contrário, os compromissos do país são mais altos", disse.
O engenheiro agrônomo Celso Luís Rodrigues Vegro, pesquisador científico do IEA, também acredita que a produção não é suficiente para recompor estoques.

ÁREA
Segundo Vegro, o Estado tem conseguido avançar na produção de café mesmo com a perda de áreas de plantio. Em dez anos, disse ele, o Estado perdeu 25 mil hectares de café, o que corresponde a 10% do total.
Porém, a produção cresceu graças ao avanço tecnológico, que fez subir a produtividade por hectare.
"A região de Franca, particularmente, teve uma média de 30 sacas por hectares [na safra atual], o que eu acredito que é um recorde mundial para uma região", disse.
Apesar do "encolhimento" da área de plantio no Estado, na região de Franca, segundo Lima, não houve perda de espaço. O avanço da cana foi sobre outras culturas, o que garantiu a manutenção dos espaços para os cafezais.


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