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Safra de café será a maior em 4 anos
Região de Franca vai encerrar temporada com 1,5 milhão de sacas produzidas, 50% a mais que no ano passado
Percentual supera o índice de crescimento do Estado de SP, onde o aumento na produção
é estimado em 35,3%
LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO
A atual safra de café deverá ser encerrada como uma
das maiores dos últimos
anos na região e se igualar à
produção de 2006, quando
houve o recorde da década.
Números da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e
Agropecuaristas), que reúne
cerca de 2.000 produtores da
microrregião de Franca e de
Minas Gerais, apontam que a
safra atual deve ser finalizada com a produção de 1,5 milhão de sacas de 60 kg.
O número iguala a produção de 2006 e é 50% maior
que a safra do ano passado.
A previsão deste ano faz
parte da "safra alta", período
da bianualidade mais produtiva do café -há uma alternância entre temporadas
mais e menos produtivas.
Na comparação com a última "safra alta", a de 2008, a
previsão deste ano é de um
aumento de 12%.
No caso do Estado, a estimativa de alta também deverá refletir em um incremento
significativo da produção,
mas em percentuais abaixo
dos da região de Franca.
Segundo a estimativa divulgada pelo IEA (Instituto
de Economia Agrícola) neste
mês, o Estado deve atingir
uma produção de 4,6 milhões de sacas, alta de 35,3%
em relação às 3,4 milhões de
sacas da temporada 2009/10.
No país, segundo a Conab
(Companhia Nacional de
Abastecimento), a alta deve
ser de 19,6% -47 milhões de
sacas nesta safra, ante 39,47
milhões na anterior.
Apesar dos altos níveis de
produção, não haverá excedente de café, afirma o engenheiro agrônomo e diretor da
Cocapec, Ricardo Lima.
Segundo ele, as 47 milhões
de sacas já têm destino certo.
Cerca de 30 milhões devem
ser exportadas e o restante
atenderá o mercado interno.
"A despeito de ser uma safra alta, ainda não vai ser algo que vá fazer com que sobre café, pelo contrário, os
compromissos do país são
mais altos", disse.
O engenheiro agrônomo
Celso Luís Rodrigues Vegro,
pesquisador científico do
IEA, também acredita que a
produção não é suficiente
para recompor estoques.
ÁREA
Segundo Vegro, o Estado
tem conseguido avançar na
produção de café mesmo
com a perda de áreas de plantio. Em dez anos, disse ele, o
Estado perdeu 25 mil hectares de café, o que corresponde a 10% do total.
Porém, a produção cresceu graças ao avanço tecnológico, que fez subir a produtividade por hectare.
"A região de Franca, particularmente, teve uma média
de 30 sacas por hectares [na
safra atual], o que eu acredito
que é um recorde mundial
para uma região", disse.
Apesar do "encolhimento"
da área de plantio no Estado,
na região de Franca, segundo Lima, não houve perda de
espaço. O avanço da cana foi
sobre outras culturas, o que
garantiu a manutenção dos
espaços para os cafezais.
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