ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

O feriado do Dia do Servidor Público, celebrado ontem, acentuou os efeitos da greve dos policiais civis, que em Ribeirão Preto trabalharam em esquema de plantão, como nos finais de semana.
No 1º e 2º plantões, até as 19h haviam sido registrados só três boletins de ocorrência. Pelo menos seis pessoas procuraram ontem as duas delegacias e foram orientadas a voltar outro dia.
A ajudante de cozinha Silvana, 30 (a Folha omite o sobrenome por segurança), procurou o 1º DP (Distrito Policial) após ser agredida pelo marido. Ela disse não poder voltar para casa, com medo da reação. "Ele está lá com meus quatro filhos e eu estou na casa de um irmão. Queria registrar logo para que ele não viesse dizer que eu abandonei o lar", disse.
Houve ainda quem não foi atendido, mas reconheceu a legitimidade do movimento. "Sou servidora pública e concordo com a greve. Nosso salário não é digno", disse Zilda da Silva, 60, que queria registrar ocorrência por extorsão.
Cerca de 320 policiais da região, pertencente ao Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), aproveitaram o feriado para engrossar protesto ontem na capital. "Ao contrário do último, o evento foi pacífico e não teve uma ocorrência sequer. Mostramos que a Polícia Civil é organizada", disse Maria Alzira Corrêa, dirigente regional do Sindipol (sindicato dos policiais civis).


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