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Secretário visita usina, que não assina acordo ambiental
Diretores da Balbo só mostraram a Xico Graziano intenção de apoiar protocolo
Assinado com a Unica, em junho do ano passado,
o protocolo agroambiental
já obteve a adesão
de 152 usinas
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mesmo com a visita do secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano, ontem à
Usina São Francisco, de Sertãozinho, diretores da empresa esquivaram-se de assinar o protocolo agroambiental proposto
ao setor, que exige principalmente a eliminação da queima
da palha da cana-de-açúcar.
Ontem, a direção do grupo
Balbo, que também controla a
Usina Santo Antônio, entregou
ao secretário uma carta de intenção de adesão ao protocolo,
em que se compromete a estudar o seu conteúdo -se houver
concordância, as duas usinas
vão assinar o protocolo.
Assinado com a Unica (União
da Indústria da Cana-de-Açúcar), entidade que representa
os usineiros, em junho do ano
passado, o protocolo agroambiental obteve depois, gradativamente, a adesão de cada usina. Atualmente, 152 já assinaram o documento.
O protocolo prevê, além da
redução e eliminação da queima, que a usina se esforce para
recuperar a mata ciliar, faça o
reuso da água, proteja as nascentes de rios e restrinja a utilização de agrotóxicos. Tanto a
São Francisco quanto a Santo
Antônio, entretanto, já não
praticam a queima, pois têm
100% da colheita mecanizada.
Segundo o diretor agrícola da
usina São Francisco, Leontino
Balbo Júnior, a usina não vê necessidade em assinar o documento porque já segue "muitas
das práticas ambientais".
Para o usineiro, há pontos no
protocolo que podem ter impedimento legal. "Você se responsabilizar por questões ambientais, coisas que acontecem na
área do produtor. A indústria
não pode se vestir da autoridade de ir à fazenda do produtor
dar uma de polícia, tomar conta
da mata ciliar", disse.
Para Graziano, a carta de intenção assinada pelo grupo pode ser entendida como uma
adesão ao protocolo. "Em certo
sentido, elas já cumprem aquilo
que é fundamental", disse.
Além da Unica e das indústrias, o governo assinou protocolos com associações de produtores de cana.
(JULIANA COISSI)
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