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Pelé critica casas que exploram jogo
da Folha Ribeirão
Edson Arantes do Nascimento,
o Pelé, ex-ministro extraordinário
dos Esportes, disse ser contra a inclusão na Lei Pelé da normatização do funcionamento e fiscalização das casas de jogos.
"Todos sabem o quanto lutamos, durante os quatro anos em
que fiquei no ministério, para que
essa questão (dos bingos) não entrasse na lei", disse em entrevista à
Folha anteontem à noite.
Pelé afirmou que o capítulo 10
da lei que leva seu nome entrou
por pressões políticas da Câmara
Federal. "Os bingos não repassavam os 7% para as entidades. Não
estavam servindo ao esporte. É
triste o que está acontecendo agora", afirmou Pelé.
A opinião do ex-ministro é a
mesma do autor do texto da lei, o
advogado Carlos Miguel Aidar,
secretário-geral da OAB de São
Paulo e ex-membro do conselho
deliberativo do Indesp.
O anteprojeto da Lei Pelé não
incluía os bingos, disse Aidar.
"Fiscalizar os bingos deveria ser
uma atribuição da Receita Federal
e não do Indesp. O Indesp não
tem recursos para tanto. Isso é
uma aberração da lei, criada pelo
chamado lobby do jogo. O esporte pouco ou nada se beneficia com
os bingos. A vinculação com o esporte abre margem para o tráfico
de influência e, dizem, para lavagem de dinheiro", disse.
O promotor de Justiça de Ribeirão Preto Carlos César Barbosa
iniciou uma investigação sobre os
bingos na semana passada.
"Quem estiver funcionando ilegalmente será fechado. Ninguém
pode funcionar só com o protocolo do Indesp", disse ele.
Barbosa afirmou que moverá
uma ação civil pública pedindo o
fechamento das casas ilegais.
O bingo Cine Plaza foi acionado
por ele, entretanto a Justiça não
concedeu liminar para o fechamento da casa, mas a questão ainda será julgada. "Isso denota como o assunto bingo é controverso", afirmou o promotor.
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