da Folha Ribeirão

Os representantes dos bingos de Ribeirão alegam que podem funcionar somente com um protocolo do Indesp devido ao órgão estar "fechado" há 60 dias. O Indesp desmente o fechamento.
"Não temos a renovação do Indesp porque o órgão não está liberando as autorizações. Mas nós temos o certificado, podemos funcionar", disse o advogado Rodrigo Guimarães Camargo, procurador dos bingos Ribeirão e Campos Elíseos.
Os dois bingos revertem parte da receita para a Liga Ribeirãopretana de Futebol, entidade que agrega 60 clubes amadores.
Segundo o vereador de Ribeirão José Alfredo Carvalho (PT), que preside a liga, o dinheiro do bingo é utilizado na administração da entidade e na formação de atletas.
"Eles (os dois bingos) nos repassam cerca de R$ 5.000 por mês", disse o parlamentar.
Os pedidos de autorização protocolados no Indesp foram apresentados à reportagem da Folha pelos bingos General Luck, Botafogo e Cine Plaza como garantia da legalidade do funcionamento das casas de jogos.
O Indesp informou que o protocolo é insuficiente para que os bingos fiquem abertos.
Fábio Campos Padilha, sócio-proprietário do Cine Plaza, disse à Folha que não obteve a autorização definitiva devido ao Indesp estar fechado.
"Entramos na Justiça com um mandado de segurança em que pedimos uma liminar para o credenciamento. Não há nenhuma irregularidade na nossa casa. Atendemos a todas as exigências da Lei Pelé. Só precisamos que o Indesp dê o alvará definitivo. Por enquanto, trabalhamos com o protocolo", disse Padilha.
O gerente do Bingo Botafogo, José Carlos Alcides Barense, também alega que o estabelecimento, vinculado ao Botafogo Futebol Clube, atende a todos os quesitos e apresentou toda a documentação cobrada pela Lei Pelé.
"Estamos dentro da legalidade. Temos o protocolo do Indesp. E somos os únicos da cidade que têm uma entidade vinculada com três modalidades olímpicas, o pugilismo, tênis de mesa e o futebol, como exige a lei", afirmou.
O gerente do Bingo General Luck, José Antônio Bonifácio, também disse estar trabalhando com o protocolo do Indesp.
Ele diz estar decepcionado com o setor. "Eu entrei neste negócio e me arrependi. É muita sujeira. Estamos tendo prejuízo, pois trabalhamos honestamente. Pagamos os prêmios de acordo com o que arrecadamos. E não é muito. A concorrência promete prêmios altíssimos, mas usam "laranjas" (pessoas pagas para fingir ganhar com cartelas de bingo premiadas)", disse o gerente.
Benedito afirmou que paga prêmios em média de R$ 60. A concorrência oferece bônus de até R$ 12 mil. "Não tem como eles arrecadarem isso numa rodada."


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