Ribeirão Preto, Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

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Região terá 8 institutos de pesquisa de ponta

Grupos terão verba federal para pesquisas com o uso de células-tronco contra diabetes e no combate a doenças tropicais

Serão 35 centros desse tipo no Estado e 101 no país; na região, um ficará na USP Ribeirão e sete em instituições de São Carlos

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uso de células-tronco no tratamento contra diabetes, criação de um medicamento para tratar doenças tropicais, como malária, e o aprimoramento de técnica que diz a hora exata em que uma pessoa morreu. Oito grupos de pesquisadores de universidades de Ribeirão Preto e São Carlos terão verbas do Ministério da Ciência e Tecnologia para realizar essas e outras pesquisas de ponta.
O anúncio foi feito ontem, em Brasília, pelo governo federal. Ao todo, serão 101 INCTs (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) no Brasil, sendo 35 deles no Estado de São Paulo. Dos oito da região, um fica na USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto e os outros sete na cidade de São Carlos -quatro na USP e três na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
O ministério, com apoio de órgãos como a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), vai liberar R$ 520 milhões para o programa. Não foi divulgado quanto cada INCT vai receber. A Folha apurou que quatro dos INCTs da região, somados, receberão R$ 23 milhões.
O dinheiro é para os três primeiros anos de pesquisa. Os INCTs serão acompanhados pelo ministério. Um deles é o INCT de célula-tronco e terapia celular, coordenado por Roberto Passeto Falcão, do Departamento de Clínica Médica da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto). De acordo com o coordenador do novo INCT, uma das linhas de pesquisa é o uso de células -tronco no tratamento de diabetes tipo 1 (que atinge mais crianças e jovens). O instituto vai receber R$ 7,1 milhões. "Vamos também investir na difusão do conhecimento, promover cursos para professores de biologia", afirmou Falcão.
Segundo ele, cerca de 30 pesquisas ligadas ao tema célula-tronco e terapia celular serão estudados. Apesar de Ribeirão sediar apenas um dos institutos, ao menos 50 professores da USP local vão participar de algum INCT do país, de acordo com a assessoria de imprensa da universidade. Isso porque a maioria dos institutos conta com uma ampla rede de pesquisas, que envolve profissionais até de outros Estados.
Em São Carlos, um dos institutos vai trabalhar na pesquisa de medicamentos contra doenças tropicais, como malária e leishmaniose- para as quais hoje não há remédio.
O coordenador é o professor do Instituto de Física da USP de São Carlos Glaucius Oliva. "Reunimos físicos, químicos e biólogos, o que hoje não acontece", afirmou Oliva, que recebeu R$ 4,8 milhões.
Outro instituto de São Carlos, o Instituto de Óptica e Fotônica, vai, entre outras coisas, aprimorar métodos de detecção de poluição em águas. Coordenado por Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física, o INCT recebeu R$ 7 milhões.


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