|
Próximo Texto | Índice
Região terá 8 institutos de pesquisa de ponta
Grupos terão verba federal para pesquisas com o uso de células-tronco contra diabetes e no combate a doenças tropicais
Serão 35 centros desse tipo no Estado e 101 no país; na região, um ficará na USP Ribeirão e sete em instituições de São Carlos
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uso de células-tronco no tratamento contra diabetes, criação de um medicamento para
tratar doenças tropicais, como
malária, e o aprimoramento de
técnica que diz a hora exata em
que uma pessoa morreu. Oito
grupos de pesquisadores de
universidades de Ribeirão Preto e São Carlos terão verbas do
Ministério da Ciência e Tecnologia para realizar essas e outras pesquisas de ponta.
O anúncio foi feito ontem,
em Brasília, pelo governo federal. Ao todo, serão 101 INCTs
(Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) no Brasil, sendo 35 deles no Estado de São
Paulo. Dos oito da região, um fica na USP (Universidade de São
Paulo) de Ribeirão Preto e os
outros sete na cidade de São
Carlos -quatro na USP e três
na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
O ministério, com apoio de
órgãos como a Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), vai liberar
R$ 520 milhões para o programa. Não foi divulgado quanto
cada INCT vai receber. A Folha
apurou que quatro dos INCTs
da região, somados, receberão
R$ 23 milhões.
O dinheiro é para os três primeiros anos de pesquisa. Os
INCTs serão acompanhados
pelo ministério. Um deles é o
INCT de célula-tronco e terapia celular, coordenado por Roberto Passeto Falcão, do Departamento de Clínica Médica
da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto). De
acordo com o coordenador do
novo INCT, uma das linhas de
pesquisa é o uso de células
-tronco no tratamento de diabetes tipo 1 (que atinge mais
crianças e jovens). O instituto
vai receber R$ 7,1 milhões. "Vamos também investir na difusão do conhecimento, promover cursos para professores de
biologia", afirmou Falcão.
Segundo ele, cerca de 30 pesquisas ligadas ao tema célula-tronco e terapia celular serão
estudados. Apesar de Ribeirão
sediar apenas um dos institutos, ao menos 50 professores
da USP local vão participar de
algum INCT do país, de acordo
com a assessoria de imprensa
da universidade. Isso porque a
maioria dos institutos conta
com uma ampla rede de pesquisas, que envolve profissionais até de outros Estados.
Em São Carlos, um dos institutos vai trabalhar na pesquisa
de medicamentos contra doenças tropicais, como malária e
leishmaniose- para as quais
hoje não há remédio.
O coordenador é o professor
do Instituto de Física da USP
de São Carlos Glaucius Oliva.
"Reunimos físicos, químicos e
biólogos, o que hoje não acontece", afirmou Oliva, que recebeu R$ 4,8 milhões.
Outro instituto de São Carlos, o Instituto de Óptica e Fotônica, vai, entre outras coisas,
aprimorar métodos de detecção de poluição em águas.
Coordenado por Vanderlei
Bagnato, do Instituto de Física,
o INCT recebeu R$ 7 milhões.
Próximo Texto: Inovação: Técnica permite detectar hora exata da morte Índice
|