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Antecipação da safra faz Sertãozinho adotar 3º turno
Necessidade de manutenção das usinas em tempo menor que o normal tem levado fábricas a contratar funcionários
Porém, para o Ciesp de Sertãozinho, o ritmo de produção não garante a recuperação das vagas fechadas durante a crise
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise do setor sucroalcooleiro em 2009 e a antecipação
da safra de 2010, provocada pelo excesso de chuva nos canaviais no ano passado, aqueceram a demanda das metalúrgicas de Sertãozinho em janeiro.
A necessidade de realizar a
manutenção das usinas em
tempo menor do que o tradicionalmente usado para este serviço tem levado as fábricas a
inaugurar novos turnos.
Para o secretário da Indústria, Comércio, Agricultura,
Abastecimento e Emprego de
Sertãozinho, Marcelo Pelegrini, a demanda aquecida de janeiro é consequência da falta
de manutenção das usinas por
causa da crise econômica que
teve início no final de 2008.
"Muita gente passou direto,
não fez manutenção, estava esperando para ver o que ia acontecer", disse Pelegrini.
Por ter "pulado" a fase de manutenção, segundo Pelegrini, a
retomada da indústria na cidade é caracterizada pela demanda por peças e serviços, e não
por grandes equipamentos para novas plantas.
Na Simisa, que fabrica moendas e outros equipamentos para usinas, cerca de 70 pessoas
foram contratadas em janeiro,
segundo o superintendente da
empresa, José Luiz Aguiar. Para atender os pedidos em carteira, a Simisa também está
operando por, no mínimo, 20
horas do dia, disse ele.
Aguiar atribui o ritmo mais
forte de produção à retomada
da procura das usinas por peças
e serviços e, no caso particular
da Simisa, ao aumento de sua
participação no mercado.
Para o diretor da regional de
Sertãozinho do Ciesp (Centro
das Indústrias do Estado de São
Paulo), Adézio Marques, o ritmo de crescimento da atividade industrial na cidade deve ser
visto com cautela.
"Estamos retomando a atividade, está havendo certa procura para os casos de reforma,
mas ainda está abaixo da nossa
expectativa", afirmou.
Segundo ele, o ritmo de produção atual ainda não garante a
recuperação dos empregos perdidos durante a crise. Em 2009,
a indústria terminou o ano com
saldo negativo de 2.726 empregos. Para Marques, a atividade
industrial ainda pode melhorar, já que muitas usinas estavam em operação até a segunda
quinzena de janeiro e, somente
a partir desta semana, passaram a planejar e executar reformas em seus parques.
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