Ribeirão Preto, Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010

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Antecipação da safra faz Sertãozinho adotar 3º turno

Necessidade de manutenção das usinas em tempo menor que o normal tem levado fábricas a contratar funcionários

Porém, para o Ciesp de Sertãozinho, o ritmo de produção não garante a recuperação das vagas fechadas durante a crise

DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise do setor sucroalcooleiro em 2009 e a antecipação da safra de 2010, provocada pelo excesso de chuva nos canaviais no ano passado, aqueceram a demanda das metalúrgicas de Sertãozinho em janeiro.
A necessidade de realizar a manutenção das usinas em tempo menor do que o tradicionalmente usado para este serviço tem levado as fábricas a inaugurar novos turnos.
Para o secretário da Indústria, Comércio, Agricultura, Abastecimento e Emprego de Sertãozinho, Marcelo Pelegrini, a demanda aquecida de janeiro é consequência da falta de manutenção das usinas por causa da crise econômica que teve início no final de 2008.
"Muita gente passou direto, não fez manutenção, estava esperando para ver o que ia acontecer", disse Pelegrini.
Por ter "pulado" a fase de manutenção, segundo Pelegrini, a retomada da indústria na cidade é caracterizada pela demanda por peças e serviços, e não por grandes equipamentos para novas plantas.
Na Simisa, que fabrica moendas e outros equipamentos para usinas, cerca de 70 pessoas foram contratadas em janeiro, segundo o superintendente da empresa, José Luiz Aguiar. Para atender os pedidos em carteira, a Simisa também está operando por, no mínimo, 20 horas do dia, disse ele.
Aguiar atribui o ritmo mais forte de produção à retomada da procura das usinas por peças e serviços e, no caso particular da Simisa, ao aumento de sua participação no mercado.
Para o diretor da regional de Sertãozinho do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Adézio Marques, o ritmo de crescimento da atividade industrial na cidade deve ser visto com cautela.
"Estamos retomando a atividade, está havendo certa procura para os casos de reforma, mas ainda está abaixo da nossa expectativa", afirmou.
Segundo ele, o ritmo de produção atual ainda não garante a recuperação dos empregos perdidos durante a crise. Em 2009, a indústria terminou o ano com saldo negativo de 2.726 empregos. Para Marques, a atividade industrial ainda pode melhorar, já que muitas usinas estavam em operação até a segunda quinzena de janeiro e, somente a partir desta semana, passaram a planejar e executar reformas em seus parques.


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