Ribeirão Preto, Terça-feira, 29 de Março de 2011

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Aumento do etanol pede investimento no setor, diz USP

Para docente da AgroFEA, preço recorde nos postos é prova de que as empresas da área têm que investir mais

Faculdade lançou ontem o primeiro índice que mede satisfação e desempenho dos fornecedores do setor

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O preço recorde do álcool nos postos é a prova de que são necessários mais investimentos no setor sucroalcooleiro para aumentar a produção do combustível no país e evitar esse tipo de alta na entressafra da cana-de-açúcar.
Essa é a análise do professor de estratégias competitivas Roberto Fava Scare, coordenador do AgroFEA (Núcleo de Pesquisas em Agronegócios da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP Ribeirão.
Ontem, em parceria com a Fundace (fundação de pesquisa da universidade) e a empresa Multiplus Feiras e Eventos, o núcleo lançou o primeiro índice que mede a satisfação e o desempenho dos fornecedores do setor sucroalcooleiro.
A pesquisa com 125 empresas de todo o país identificou um índice de 0,69 -em uma escala de 0 a 1-, o que representa que os empresários estão otimistas e acreditam na prosperidade do setor nos próximos meses, diz Scare.
Apurado em fevereiro, o índice não levou em conta a alta histórica no preço do etanol nos postos de combustíveis, mas a próxima medição em abril, segundo o professor, deve apontar ainda mais confiança do empresariado justamente devido à situação.
O raciocínio, segundo ele, é o seguinte: o produto está caro pela baixa oferta, o que significa que serão necessários mais investimentos e, portanto, há expectativa de crescimento do setor.
"O otimismo será ainda maior. Essa situação [falta de etanol e aumento do preço] mostra que é preciso retomar os investimentos para ampliar a produção", afirmou o coordenador do AgroFEA.
Para ele, a produção atual de etanol e a demanda -gerada a partir do crescimento de carros bicombustíveis- indica a necessidade de construção de novas usinas produtoras de álcool.
Cálculo da FEA mostra que o país precisa ao menos de 15 novas usinas produtoras exclusivamente de álcool -e já em funcionamento- para conseguir aumentar a oferta do combustível e evitar a alta no preço nos postos.
Os usineiros rebatem o cálculo. Eles entendem que o equilíbrio entre oferta e demanda depende muito mais de políticas de regulamentação do mercado.

TOMADA DE DECISÃO
O novo índice de confiança desenvolvido pelo AgroFEA tem o objetivo de embasar as tomadas de decisão dos empresários de todos os seguimentos do setor sucroalcooleiro -plantadores de cana, usineiros e fornecedores.
Para isso, de acordo com Scare, a divulgação dos resultados das pesquisas será bimestral. "Ao longo do tempo, será possível fazer análises de curvas de desempenho do setor", prevê.
O levantamento das informações para obtenção do índice leva em conta aspectos atuais e perspectivas de curto prazo do empresariado.


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