DA FOLHA RIBEIRÃO

A presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella, inaugurou ontem à tarde a unidade de semiliberdade para adolescentes infratores em São Carlos, oito meses após o sistema ter sido suspenso na cidade.
A nova unidade atenderá 20 adolescentes. Segundo Gianella, o único novo projeto para a região é a construção de uma unidade de internação em Batatais. A licitação será feita neste ano.
A medida será retomada oito meses após os padres salesianos decidirem não renovar o contrato com o Estado para manter a semiliberdade, que coordenavam havia oito anos. Os padres eram contra a proposta da fundação de endurecer a segurança ao dobrar o número de funcionários e de revistar os garotos a cada entrada e saída da unidade.
Tido como modelo para outras cidades, o serviço funcionava em uma chácara. Hoje, os padres mantêm o atendimento a infratores de meio aberto (liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade) e também cursos profissionalizantes a 1.500 jovens.
Coordenador das Obras Sociais Salesianos em São Carlos, o padre Agnaldo Soares Lima disse que a semiliberdade teve avanços em todo o Estado, mas critica o modo de lidar com o adolescente, por exemplo, ao revistá-lo. "O Estado precisa reforçar mais o lado jovem, e não o lado bandido."

Internação
Se fosse inaugurada hoje, a unidade de internação em São Carlos, que está em obras, nasceria superlotada. Há 52 jovens cumprindo medida socioeducativa fora da cidade -50 na internação e dois na semiliberdade.
A nova unidade terá 40 vagas de internação e 16 de internação provisória. Para o diretor regional da Fundação Casa, Roberto Damásio, só uma unidade seria suficiente para atender a demanda.


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