Ribeirão Preto, Segunda-feira, 29 de Novembro de 2010

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Aumenta nº de PMs que buscam se aposentar mais cedo

Eles se baseiam em decisão do TJ que deu a sargento com 25 anos de serviços a aposentadoria especial

Cerca de 500 PMs da região procuraram o sindicato da categoria interessados em antecipar o benefício

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O soldado Hugo (nome fictício), 42, policial militar que atua nas ruas de Ribeirão, não vê a hora de completar no ano que vem 22 anos de serviço para tentar se aposentar mais cedo. O cabo Tiago, 45, bombeiro há 25 anos, vai procurar seu superior para fazer o mesmo.
Como eles, cerca de 500 PMs da região com pelo menos 22 anos de atividade procuraram o sindicato da categoria nos últimos 40 dias interessados em se aposentar mais cedo -a exigência legal é de 30 anos na ativa.
Eles se baseiam em uma brecha da Justiça. Uma decisão do TJ (Tribunal de Justiça) de agosto concedeu a aposentadoria especial a um sargento da Grande São Paulo com 25 anos de serviços.
Trata-se de uma aposentadoria especial garantida a quem comprovar que trabalha em condições insalubres. A Procuradoria-Geral do Estado recorreu da decisão.
Em Ribeirão, a Associação de Cabos e Soldados do Estado recebe por dia 12 ligações ou visitas de interessados em antecipar a aposentadoria.
Com os pedidos, o temor é que haja um esvaziamento nas ruas, porque a corporação não conseguiria repor as equipes, segundo o presidente regional da entidade, Miguel Arcanjo da Silva.
O CPI-3, comando da PM na região, descarta haver prejuízo no policiamento (leia texto nesta página).
Hoje, 4.355 policiais (inclui bombeiros), atuam na região. A associação estima que 20% façam o pedido. "A pressão, a carga horária e os baixos salários os motivam a não esperar os 30 anos." O salário médio de um soldado é de R$ 1.800.
Policiais disseram que um comunicado do comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, foi lido nos quartéis, pedindo que os PMs esperassem o "posicionamento oficial do Executivo".
O policial Hugo conta que soube da decisão do TJ na internet. A jornada é que o move a querer parar. "Trabalhávamos oito horas para 24 de descanso. Agora são 12 horas para descansar 24."
O bombeiro Tiago pensa ter passado da hora de se aposentar, mas diz que há questões não respondidas. Um temor é não se aposentar com o salário do posto superior -uma tradição.


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