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Aumenta nº de PMs que buscam se aposentar mais cedo
Eles se baseiam em decisão do TJ que deu a sargento com 25 anos de serviços a aposentadoria especial
Cerca de 500 PMs da região procuraram o sindicato da categoria interessados em antecipar o benefício
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
O soldado Hugo (nome fictício), 42, policial militar que
atua nas ruas de Ribeirão,
não vê a hora de completar
no ano que vem 22 anos de
serviço para tentar se aposentar mais cedo. O cabo Tiago, 45, bombeiro há 25 anos,
vai procurar seu superior para fazer o mesmo.
Como eles, cerca de 500
PMs da região com pelo menos 22 anos de atividade procuraram o sindicato da categoria nos últimos 40 dias interessados em se aposentar
mais cedo -a exigência legal
é de 30 anos na ativa.
Eles se baseiam em uma
brecha da Justiça. Uma decisão do TJ (Tribunal de Justiça) de agosto concedeu a
aposentadoria especial a um
sargento da Grande São Paulo com 25 anos de serviços.
Trata-se de uma aposentadoria especial garantida a
quem comprovar que trabalha em condições insalubres.
A Procuradoria-Geral do Estado recorreu da decisão.
Em Ribeirão, a Associação
de Cabos e Soldados do Estado recebe por dia 12 ligações
ou visitas de interessados em
antecipar a aposentadoria.
Com os pedidos, o temor é
que haja um esvaziamento
nas ruas, porque a corporação não conseguiria repor as
equipes, segundo o presidente regional da entidade,
Miguel Arcanjo da Silva.
O CPI-3, comando da PM
na região, descarta haver
prejuízo no policiamento
(leia texto nesta página).
Hoje, 4.355 policiais (inclui bombeiros), atuam na
região. A associação estima
que 20% façam o pedido. "A
pressão, a carga horária e os
baixos salários os motivam a
não esperar os 30 anos." O
salário médio de um soldado
é de R$ 1.800.
Policiais disseram que um
comunicado do comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, foi lido nos quartéis, pedindo que os PMs esperassem o "posicionamento
oficial do Executivo".
O policial Hugo conta que
soube da decisão do TJ na internet. A jornada é que o move a querer parar. "Trabalhávamos oito horas para 24 de
descanso. Agora são 12 horas
para descansar 24."
O bombeiro Tiago pensa
ter passado da hora de se
aposentar, mas diz que há
questões não respondidas.
Um temor é não se aposentar
com o salário do posto superior -uma tradição.
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