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Carrefour entra na disputa pelo Gimenes
Grupo francês enviou representante a assembleia de credores ontem e vai disputar a compra da rede com a paulistana Ricoy
Decisão sobre o destino
das 23 lojas da rede foi adiada para a próxima
terça; outras empresas podem entrar na disputa
Edson SIlva/Folha Imagem
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Supermercado Gimenes, da av. Caramuru, em Ribeirão, que está fechado há cerca de 60 dias
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O Carrefour entrou na disputa
pela compra da rede de supermercados Gimenes, que passa
por processo de recuperação judicial desde dezembro. Até ontem, a Associação Ricoy, da capital paulista, sexta maior rede do
Estado, dava como certa a compra das 23 lojas do Gimenes, fechadas há cerca de 60 dias.
A assembleia dos credores,
ontem, no Fórum de Sertãozinho, que definiria, primeiro, se o
Gimenes poderá ou não passar
por processo de venda, foi remarcada para terça-feira por falta de quórum. No entanto, o
Carrefour enviou representantes à assembleia para manifestar
o interesse de compra.
A informação foi confirmada
pelo presidente do Sindicato dos
Empregados no Comércio de Ribeirão, Oscar Gonçalves, que esteve em Sertãozinho representando os 1.700 funcionários demitidos pelo Gimenes, e por José Gaspar Menna Barretos, promotor que atua no processo. O
Carrefour, por meio de sua assessoria, se limitou a informar
que "não comenta o assunto".
Com a anuência dos credores
na nova assembleia, Ricoy e Carrefour, numa nova fase do processo, terão suas ofertas de compra analisadas pelos próprios
credores e pelo fundo Governança & Gestão, que está administrando o Gimenes.
Porém, é possível que outras
redes de supermercado também
entrem na disputa -o Savegnago, primeira empresa a anunciar
o interesse pelo Gimenes, já no
fim do ano passado, afirmou ontem à Folha que não tem a intenção de compra.
Em fevereiro, a Associação
Ricoy assinou um compromisso de compra e venda com o Gimenes, anunciou a preparação
para assumir as lojas e, na semana seguinte, as lojas começaram a ser fechadas. Na época,
a Ricoy divulgou detalhes da
operação, como a retenção dos
funcionários demitidos.
O setor agora especula os
efeitos de uma reviravolta no
caso, com uma possível vitória
do Carrefour. Se fechar o negócio, a rede francesa, dona de
três bandeiras -Carrefour,
Carrefour Bairro e Dia-, terá à
disposição 23 lojas em 17 municípios do interior, sendo 12
na região. Atualmente a rede
tem supermercados em 14 cidades da região, mas apenas Ribeirão e Franca têm unidades
com a bandeira Carrefour. Hoje o grupo inaugura uma unidade do Dia em Serrana.
"O interesse do Carrefour é
ótimo, já que haverá competição pelo melhor preço. Quem
ganha são os credores e os trabalhadores demitidos, que
pensam na recontratação", disse Aurélio Mialich, diretor regional da Apas (Associação
Paulista de Supermercados).
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