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Metade dos alunos é alvo de bullying
É o que aponta um estudo da UFSCar com estudantes de 11 a 15 anos de três escolas municipais de São Carlos
Pais muitas vezes têm atitudes extremas: ou tratam como se não fosse nada ou tiram satisfação com o autor
DE RIBEIRÃO PRETO
Piadas, xingamentos, humilhações e até mesmo
agressão. O bullying, violência repetitiva entre colegas, é
cada vez mais frequente nas
escolas e, segundo um estudo da UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos), afeta
quase a metade dos alunos.
A pesquisa foi realizada
em três escolas públicas da
cidade, com 239 adolescentes entre 11 e 15 anos.
Do total de estudantes que
responderam ao questionário, 47% afirmaram ser alvos
de bullying na escola.
Desse percentual, 26% foram unicamente vítimas, outros 21% foram alvo e também autores e 3% foram classificados como autores.
"É um problema antigo e
que tem ganhado maior visibilidade. No entanto, nem escola nem professores conseguem identificar o problema
na sala de aula", disse a
orientadora do estudo, Lúcia
Cavalcanti de Albuquerque.
Para a pesquisadora Ana
Carina Stelko Pereira, do Laprev (Laboratório de Análise
e Prevenção da Violência) da
UFSCar, além da dificuldade
na escola, os jovens encontram barreiras em casa.
"A criança ou adolescente
demora para contar aos pais
porque tem receio do que
eles vão achar da situação.
Há casos em que a família minimiza o ocorrido e, em outros, tem uma reação exacerbada e até procura o outro
aluno para repreendê-lo",
disse Pereira.
Segundo a pesquisadora,
frases como "não é nada, isso
passa" e "vou à escola tirar
satisfação" são comuns, mas
deveriam ser evitadas porque só agravam o caso.
"O ideal seria reconhecer e
mostrar que é realmente um
problema e que vai ajudar o
filho a lidar com a questão."
Como ainda existe dificuldade em se identificar o bullying nas escolas, uma dica
para pais e docentes é prestar
atenção ao comportamento
dos jovens.
Crianças que ficam sozinha ou que começam a mostrar resistência para ir à escola, por exemplo, podem revelar indícios de bullying.
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