Ribeirão Preto, Quinta-feira, 30 de Junho de 2011

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RO barra campanha do HC de Barretos

Denúncia levada ao Ministério Público afirma que campanha de doação de medula não é autorizada pelo Inca

Presidente do hospital diz que projeto estava "assinado e aprovado" e que a campanha é de interesse nacional


Edson Silva/Folhapress
O funcionário público José Brasil, 68, de Ji-Paraná, faz tratamento contra câncer no Hospital de Câncer de Barretos

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

O Ministério Público de Rondônia suspendeu, por tempo indeterminado, a campanha de doação de medula óssea que seria promovida pelo Hospital de Câncer de Barretos nas próximas semanas, em Porto Velho.
A decisão foi tomada pela Promotoria após duas denúncias -uma delas de uma associação de transplantados do Rio- que afirmam que a campanha não tem autorização do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Ela ganhou adesão no Legislativo e gerou polêmica na cidade, de 428.527 habitantes.
O vereador Sid Orleans (PT) afirmou que a coleta de sangue seria feita em locais inadequados, como supermercados, e que dois laboratórios locais poderiam fazer os exames e ficar com os repasses do Ministério da Saúde -que, segundo ele, são de R$ 376 por exame, valor não confirmado pelo hospital.
De acordo com o promotor Hildon de Lima Chaves, a instituição barretense, referência nacional, recebeu um prazo para apresentar um plano de ação de campanha.
Segundo o Hemocentro local, o plano já foi entregue. O projeto deve ser analisado pela Secretaria de Estado da Saúde, pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde e pela Fhemeron (Fundação Hemocentro de Rondônia).
Em seguida, será levado ao Ministério Público Estadual.
Além disso, a liberação da campanha na capital do Estado ficará condicionada a uma autorização do Inca, que regulamenta o cadastro de doadores para o Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
"A coleta de amostras não pode ser feita à revelia do Hemocentro, como foi em outros anos", disse o promotor.
Uma portaria do Ministério da Saúde afirma que as campanhas do gênero são de responsabilidade somente dos hemocentros.
O hospital de Barretos atua como laboratório -faz exames dos doadores e analisa amostras de sangue.
O Inca informou à Folha que o hospital enviou o pedido para a realização da campanha no dia 31 de maio e recebeu, no dia seguinte, a informação de que ela somente poderia ser realizada pelo Hemocentro de Rondônia.
A suspensão provisória da campanha dividiu autoridades em Porto Velho.
A Assembleia Legislativa de Rondônia, por exemplo, apoiou a iniciativa, lançada no plenário no último mês. Já o presidente do Fhemeron, Ted Wilson, afirmou ser favorável à campanha, desde que regularizada.
"O projeto já foi entregue pelo hospital ontem [terça-feira]. A intenção é que seja legalizado", afirmou.

OUTRO LADO
O presidente do Hospital de Câncer de Barretos, Henrique Prata, afirmou ontem que o projeto entregue estava "assinado e aprovado".
Prata disse que não entraria em méritos jurídicos, mas afirmou que a campanha de doação de medula é de interesse nacional.
"É de interesse do Redome que o número de cadastrados cresça", afirmou.
Para o representante do hospital, argumentos "absurdos" foram usados para tentar manchar a imagem da campanha. "É tão insignificante que não vale a pena comentar", disse.

Colaborou EDSON SILVA


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