Ribeirão Preto, Sábado, 30 de Julho de 2011

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Torre improvisada em contêiner amplia problemas no Leite Lopes

Controladores de voo trabalham dentro de estrutura metálica depois de rachaduras em prédio

Problema é mais um na lista do aeroporto, que não oferece serviços básicos; especialista diz que local está defasado


Edson Silva/Folhapress
Torre de controle feita de contêineres empilhados no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Consolidado como o aeroporto de maior movimento entre os gerenciados pelo Estado, o Leite Lopes, de Ribeirão Preto, enfrenta mais um problema. A torre de controle foi substituída por contêineres por causa de rachaduras que ameaçavam a segurança dos operadores de voo.
Empilhadas umas sobre as outras, as caixas de aço são geralmente usadas em aeroportos de baixo movimento ou improvisados, o que não é o caso do Leite Lopes. Só no primeiro semestre deste ano, 578.071 passageiros -ou 96,3% da capacidade anual- passaram pelo local.
Administrado pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), mas com as operações de voos sob responsabilidade da Infraero (estatal que administra os aeroportos), o local tem outros problemas que revelam sua fragilidade operacional.
"O aeroporto de Ribeirão Preto está muito defasado, desde a questão do pátio das aeronaves, passando pelo terminal de passageiros e todos os outros quesitos de operacionalidade", disse o professor de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos, James Waterhouse.
No caso da torre de controle improvisada, o especialista afirmou que isso não seria um problema se o aeroporto fosse temporário.
"Esse tipo de improviso é para um aeroporto de campanha, de pouco movimento ou que precisa de uma estrutura para operar temporariamente", disse o especialista.
A improvisação, inclusive, será alvo de fiscalização do Sindicato Nacional dos Aeroportuários. Segundo o diretor Marcelo Tavares, a fiscalização deve ocorrer até a primeira quinzena de agosto.
"Vamos verificar se as condições dos operadores estão condizentes ou não."
Segundo a Folha apurou, os contêineres são ocupados por 38 funcionários da Infraero que se revezam no controle do tráfego aéreo regional, nas operações de pouso e decolagem e nas funções administrativas que a atividade local requer.
A reportagem tentou ouvir os controladores sobre as condições de trabalho dentro dos contêineres, mas eles não quiseram falar.

PROBLEMAS
O aeroporto Leite Lopes ainda tem demandas primárias como, por exemplo, os painéis informativos com dados sobre horários de voos, pousos e decolagens.
Também faltam banheiros, lanchonetes, farmácia, postos de serviços e vagas para estacionamento.
Para Waterhouse, o aeroporto apresenta demanda suficiente para todos esses serviços. "Portanto, temos de saber por que a administração não toma as providências, se é por falta de competência ou vontade política."
Segundo previsão do próprio Daesp, o número de passageiros transportados no aeroporto deve ultrapassar 1,2 milhão neste ano.
O aeroporto atende toda a região com cinco empresas regulares: TAM, Passaredo, Pantanal, Webjet e Azul.


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