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Monitoradas, famílias deixam três favelas
Após retirada de barracos, haverá fiscalização para evitar que locais sejam reocupados
ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO
Com apoio para evitar reocupações e resistências, a
Prefeitura de Ribeirão faz hoje a transferência de 238 famílias das favelas do Tanquinho e vilas Zanetti e Elisa para o conjunto habitacional do
Jardim Wilson Toni.
Após a mudança, a Guarda Civil Municipal e a Fiscalização Geral vão reforçar o patrulhamento das áreas das
duas favelas, que serão extintas, enquanto o projeto de
reflorestamento nos dois locais não for implementado.
Parte da favela do Tanquinho deve ser mantida.
Já a PM acompanhará a
ação com a cavalaria, o canil,
a tropa de choque e um helicóptero. "Esperamos não ter
problemas, mas vamos preparados para tudo", disse o
tenente Antonio Rivoiro.
Segundo o secretário da
Casa Civil, Layr Luchesi Junior, ao menos três famílias
não conseguiram o benefício
do programa Minha Casa,
Minha Vida e outras seis afirmaram que não queriam deixar suas casas nas favelas.
Apesar disso, ele disse
acreditar que não haverá resistência como na reintegração de posse da favela da Família, no último dia 5.
Durante a desocupação da
área, que era particular, policiais militares e sem-teto entraram em confronto e 11 pessoas ficaram feridas. A PM
disse, na ocasião, que o uso
da força foi necessário por
conta da resistência.
"Naquela ocasião, o proprietário do terreno não oferecia alternativa para os moradores. A situação é totalmente diferente porque a mudança é para melhorar a
vida deles", disse Luchesi.
Ao menos 20 barracos do
Tanquinho serão demolidos,
mas cerca de 20 famílias que
moram a 30 metros do córrego poderão permanecer temporariamente -o caso deles
ainda será discutido.
A operadora de caixa Sidnei Cesário, 33, que mora na
favela há oito anos, diz que
está fora da zona de risco,
mas terá de sair. "Gastei R$ 47
mil na reforma da minha casa
no começo do ano. Tentei todo tipo de recurso para ficar,
mas não teve jeito".
A aposentada Otaviana de
Souza, 63, disse que teve
pouco tempo para se preparar para sair. "Tive de vender
18 porcos por R$ 700 em apenas uma semana". Já a faxineira Cassilda Nascimento,
58, diz que a mudança será
um sonho realizado. "Sempre quis ter a minha casa".
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