Ribeirão Preto, Sábado, 30 de Julho de 2011

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Monitoradas, famílias deixam três favelas

Após retirada de barracos, haverá fiscalização para evitar que locais sejam reocupados

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Com apoio para evitar reocupações e resistências, a Prefeitura de Ribeirão faz hoje a transferência de 238 famílias das favelas do Tanquinho e vilas Zanetti e Elisa para o conjunto habitacional do Jardim Wilson Toni.
Após a mudança, a Guarda Civil Municipal e a Fiscalização Geral vão reforçar o patrulhamento das áreas das duas favelas, que serão extintas, enquanto o projeto de reflorestamento nos dois locais não for implementado.
Parte da favela do Tanquinho deve ser mantida.
Já a PM acompanhará a ação com a cavalaria, o canil, a tropa de choque e um helicóptero. "Esperamos não ter problemas, mas vamos preparados para tudo", disse o tenente Antonio Rivoiro.
Segundo o secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Junior, ao menos três famílias não conseguiram o benefício do programa Minha Casa, Minha Vida e outras seis afirmaram que não queriam deixar suas casas nas favelas.
Apesar disso, ele disse acreditar que não haverá resistência como na reintegração de posse da favela da Família, no último dia 5.
Durante a desocupação da área, que era particular, policiais militares e sem-teto entraram em confronto e 11 pessoas ficaram feridas. A PM disse, na ocasião, que o uso da força foi necessário por conta da resistência.
"Naquela ocasião, o proprietário do terreno não oferecia alternativa para os moradores. A situação é totalmente diferente porque a mudança é para melhorar a vida deles", disse Luchesi.
Ao menos 20 barracos do Tanquinho serão demolidos, mas cerca de 20 famílias que moram a 30 metros do córrego poderão permanecer temporariamente -o caso deles ainda será discutido.
A operadora de caixa Sidnei Cesário, 33, que mora na favela há oito anos, diz que está fora da zona de risco, mas terá de sair. "Gastei R$ 47 mil na reforma da minha casa no começo do ano. Tentei todo tipo de recurso para ficar, mas não teve jeito".
A aposentada Otaviana de Souza, 63, disse que teve pouco tempo para se preparar para sair. "Tive de vender 18 porcos por R$ 700 em apenas uma semana". Já a faxineira Cassilda Nascimento, 58, diz que a mudança será um sonho realizado. "Sempre quis ter a minha casa".


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