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Ciclismo de Ribeirão ainda engatinha e pede socorro
Mesmo com equipe na elite do esporte, praticantes reclamam da falta de incentivo
Com orçamento modesto, Secretaria de Esportes planeja investir R$ 90 mil na modalidade neste ano; só atletismo recebe mais
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Seja por hobby, esporte, prazer, vocação, carreira ou profissão, pedalar em Ribeirão Preto
é sempre um desafio.
A cidade que tem uma equipe
profissional na elite do ciclismo
brasileiro briga por mais espaço, patrocínios e verbas. "Não
dá para viver do ciclismo em Ribeirão. A gente apenas sobrevive", disse Alexandre Mantovani, único ribeirão-pretano genuíno a integrar a equipe local,
que hoje encerra sua participação na Volta Ciclística do Estado de São Paulo na capital paulista. Os outros sete integrantes
do time vieram de fora.
Apesar de figurar na elite do
ciclismo, a participação da
equipe de Ribeirão é modesta.
Não conquista resultados expressivos e sofre com as dificuldades financeiras. "Um patrocínio de R$ 10 mil resolveria os
problemas da equipe", disse o
treinador Danilo Terra. A equipe sobrevive graças a patrocínios -alguns são permuta- e
ao apoio da prefeitura.
Cada atleta ganha menos de
R$ 1.000. O orçamento cresce
com possíveis premiações.
Contam, também, com plano
de saúde e alimentação, garantidos pelos patrocinadores. "É
uma vida muito desgastante. O
ciclista trabalha demais e, às
vezes, não tem o retorno que
espera", disse Terra.
A Secretaria de Esporte diz
que faz o que pode com o minguado orçamento que lhe cabe.
"A previsão é gastar R$ 90 mil
com o ciclismo em 2009. Ao lado do atletismo, é a modalidade
que mais recebe verbas", disse
o secretário Roberto Palmieri.
A solução, segundo os amantes do esporte, está nas categorias de base. "O ideal é ter uma
escolinha, para a garotada começar a pedalar e pegar gosto
pelo ciclismo desde cedo", disse
Terra.
Para Palmieri, a ideia esbarra, novamente, na falta de verba. "A gente precisa fomentar a
iniciação esportiva, formar
atleta. Mas a gente só conseguiria isso com mais verba. Tenho
falado muito com a Dárcy [Vera, prefeita] para tentar sensibilizá-la." Hoje, a pasta recebe
0,8% do Orçamento. "Com
1,5%, mudaríamos o perfil esportivo da cidade."
Ao mesmo tempo, os atletas
amadores, que se juntam às dezenas para passear e correr pelas ruas de Ribeirão, reclamam
da falta de ciclovias e do iminente perigo de assaltos.
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