Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Agosto de 2009

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Ciclismo de Ribeirão ainda engatinha e pede socorro

Mesmo com equipe na elite do esporte, praticantes reclamam da falta de incentivo

Com orçamento modesto, Secretaria de Esportes planeja investir R$ 90 mil na modalidade neste ano; só atletismo recebe mais

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Seja por hobby, esporte, prazer, vocação, carreira ou profissão, pedalar em Ribeirão Preto é sempre um desafio.
A cidade que tem uma equipe profissional na elite do ciclismo brasileiro briga por mais espaço, patrocínios e verbas. "Não dá para viver do ciclismo em Ribeirão. A gente apenas sobrevive", disse Alexandre Mantovani, único ribeirão-pretano genuíno a integrar a equipe local, que hoje encerra sua participação na Volta Ciclística do Estado de São Paulo na capital paulista. Os outros sete integrantes do time vieram de fora.
Apesar de figurar na elite do ciclismo, a participação da equipe de Ribeirão é modesta. Não conquista resultados expressivos e sofre com as dificuldades financeiras. "Um patrocínio de R$ 10 mil resolveria os problemas da equipe", disse o treinador Danilo Terra. A equipe sobrevive graças a patrocínios -alguns são permuta- e ao apoio da prefeitura.
Cada atleta ganha menos de R$ 1.000. O orçamento cresce com possíveis premiações. Contam, também, com plano de saúde e alimentação, garantidos pelos patrocinadores. "É uma vida muito desgastante. O ciclista trabalha demais e, às vezes, não tem o retorno que espera", disse Terra.
A Secretaria de Esporte diz que faz o que pode com o minguado orçamento que lhe cabe. "A previsão é gastar R$ 90 mil com o ciclismo em 2009. Ao lado do atletismo, é a modalidade que mais recebe verbas", disse o secretário Roberto Palmieri.
A solução, segundo os amantes do esporte, está nas categorias de base. "O ideal é ter uma escolinha, para a garotada começar a pedalar e pegar gosto pelo ciclismo desde cedo", disse Terra.
Para Palmieri, a ideia esbarra, novamente, na falta de verba. "A gente precisa fomentar a iniciação esportiva, formar atleta. Mas a gente só conseguiria isso com mais verba. Tenho falado muito com a Dárcy [Vera, prefeita] para tentar sensibilizá-la." Hoje, a pasta recebe 0,8% do Orçamento. "Com 1,5%, mudaríamos o perfil esportivo da cidade."
Ao mesmo tempo, os atletas amadores, que se juntam às dezenas para passear e correr pelas ruas de Ribeirão, reclamam da falta de ciclovias e do iminente perigo de assaltos.


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