Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Outubro de 2011

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Galhos se amontoam em bairros nobres

Em pelo menos 20 ruas de Ribeirão Preto, moradores testemunham restos de podas de árvores acumulados

Em quatro dessas vias, como na Nélio Guimarães, lixo vegetal está amontoado na sarjeta há 15 dias

Silva Junior/Folhapress
Amontoados de lixo de poda de árvores na rua José Leal, região central de Ribeirão Preto

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Ao menos 20 ruas dos bairros Alto da Boa Vista, Jardim São Luiz, Jardim Sumaré e Jardim América -áreas nobres de Ribeirão Preto- acumulam montes de restos de poda de árvores.
Em pelo menos quatro dessas vias -como na rua Nélio Guimarães, onde há três montes de folhas -, o lixo vegetal está amontoado na sarjeta há mais de 15 dias.
Além de ocupar vagas de estacionamento e atrapalhar o fluxo de veículos, as folhas e os galhos podem entupir bueiros e interferir no escoamento da água das chuvas -o que ajuda a provocar enchentes na cidade. A empregada doméstica Elidemar Camargo Gomes, 56, que trabalha na região, diz que já viu o material vegetal escorrer para bueiros durante chuvas.
"Tenho observado que a cidade anda muito suja. A prefeitura deveria intensificar a limpeza", diz. O vigilante Otair Carlos Marcial, 44, que faz rondas na esquina entre as ruas Garibaldi e José Leal há dois meses, diz que três montes de folhas estão ali há mais de duas semanas.
"Às vezes uns caminhões da limpeza passam por aqui, mas nunca recolhem. Os vizinhos reclamam bastante da sujeira", afirma. O empresário Tiago Sasaki Gomes, 25, proprietário de uma empresa especializada em poda, diz que cobra em média R$ 50 para recolher os galhos restantes.
Caso o cliente não queira pagar a taxa, a empresa aciona a Coordenadoria de Limpeza, órgão da prefeitura responsável pela coleta das folhas em vias públicas, para retirar o material.
"Chega a demorar meses. Uma vez fiz uma poda na Vila Virgínia e a prefeitura demorou tanto para recolher que a cliente decidiu pagar." Na zona sul, diz o empresário, costuma ser mais rápido. "Mas ainda sim demora", afirma.
Segundo Gomes, a Coordenadoria de Limpeza diz que tem um prazo de sete dias para fazer o serviço, mas raramente cumpre o prazo. Para o presidente da Associação Amigos do Jardim Canadá, Honyldo Roberto Pinto, o funcionamento do recolhimento é lento.
"Falta um gerenciamento mais eficaz. A prefeitura unificou os setores de limpeza em uma coordenadoria, mas a população continua sem um pronto atendimento para serviços básicos."

'CEMITÉRIO DE SOFÁS'
Na periferia da cidade, conforme a Folha Ribeirão já mostrou em edições anteriores, a população também sofre com lixo amontoado em ruas e terrenos.
Em janeiro, a reportagem encontrou 50 móveis jogados em terrenos públicos, particulares e até mesmo em canteiros centrais da cidade.


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