Ribeirão Preto, Quinta-feira, 30 de Novembro de 2000

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JUSTIÇA
Defesa entrará com novo pedido de habeas corpus, no Supremo Tribunal Federal, para tentar reverter decisão
STJ decide manter condenação de Cury

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Justiça negou o habeas corpus em defesa do usineiro Marcelo Cury e manteve sua condenação em regime semi-aberto. O recurso-solicitado no STJ (Superior Tribunal de Justiça)- pedia que a punição fosse alterada para o regime aberto. A decisão foi divulgada no último dia 16.
A defesa do usineiro deve apresentar nos próximos dias um novo pedido de habeas corpus tentando reverter a situação. O recurso será encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Umas das advogadas de defesa, Dora Cavalcanti Cordani, afirmou que Cury não está foragido. "O mandado de prisão ainda não foi expedido, portanto, ele não está se escondendo."
Ela afirmou também que a defesa pode ser bem sucedida no novo recurso, já que a decisão do tribunal não teria sido unânime.
O processo que tramita em Araraquara é referente à morte do gerente Archimedes Castro Ramos Neto, 35, que ocorreu no dia 5 de abril de 97, após o capotamento do Audi onde estavam ele e Cury. Na época, a defesa de Cury alegou que Ramos dirigia o carro, mas a Justiça entendeu que o usineiro estava ao volante, o que gerou a condenação por homicídio culposo.
Momentos antes do acidente, Cury teria matado duas pessoas e ferido uma outra na avenida Presidente Vargas, em Ribeirão.
O processo judicial pelas duas mortes tramita paralelamente ao de Araraquara.
No processo em Ribeirão Preto, o TJ (Tribunal de Justiça) manteve a acusação de homicídio duplamente qualificado e deve encaminhar Cury a júri popular.
As qualificadoras do crime são motivo torpe (desonesto) e utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
O assistente de acusação do caso, o advogado Heráclito Mossin, afirmou que a decisão no processo de Araraquara deve interferir no de Ribeirão. "O juiz deve considerar a condenação anterior."
Ele disse que está aguardando a decisão do TJ ser publicada para analisar os argumentos. "A partir da publicação, poderemos saber de fato como os juízes entenderam o caso e como preparar as próximas acusações."
Na publicação, também deverá ser esclarecido o motivo do processo disciplinar movido contra o juiz de Ribeirão Preto, Luís Augusto Freire Teotônio. De acordo com o TJ, ele teria denegrido a imagem da 3ª Câmara Criminal. No entanto, como a decisão ainda não foi publicada, os motivos do processo são desconhecidos.



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