Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Novembro de 2008

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5 das maiores cidades têm queda em balança comercial

Ribeirão, São Carlos, Araraquara, Matão e Bebedouro tiveram queda neste ano

As baixas na balança comercial de janeiro a outubro foram puxadas justamente pelos setores principais das economias

Edson Silva/Folha Imagem
O funcionário Mauricio da Silva trabalha em câmara fria do Minerva, em Barretos; cinco localidades da região apresentaram queda em 2008

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Cinco das dez maiores cidades da macrorregião de Ribeirão Preto apresentaram queda em suas balanças comerciais (exportações menos importações) nos dez primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Além de Ribeirão, que bateu recorde de queda com diminuição de 44,17%, despencaram também as balanças de São Carlos (-13,07%), Araraquara (-12,2%), Matão (-12,09%) e Bebedouro (-6,45%).
Os números de Franca e Sertãozinho, cujas indústrias de sapatos e maquinário agrícola são duas das maiores do país, permaneceram praticamente estagnados em relação ao lucro obtido no mesmo período em 2007. Barretos, com alta de 49,22%, Jaboticabal (6,15%) e Batatais (95%) tiveram desempenhos impressionantes, em período de crise econômica.
Em todos os municípios que apresentaram queda, a baixa é puxada pelos carros-chefes de suas economias. Em Ribeirão Preto, o mercado do álcool e açúcar, que representa cerca de 46% das exportações até aqui, caiu consideravelmente.
No álcool combustível, partiram da cidade US$ 72 milhões nos dez primeiros meses de 2007, contra US$ 63 milhões neste ano, queda de 13%. No açúcar, a queda foi maior: 23%.
Para Maurilio Biagi Filho, usineiro e conselheiro da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), os números não representam o resultado da crise, que ainda não teria afetado as exportações no setor sucroalcooleiro. "A crise é recente e não tem nada a ver. Não deu tempo para ela influenciar. O que temos que ver é que o setor passa por uma adequação de preços, depois de dois anos com valores muitos baixos."
Já para Alberto Borges Matias, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP (Universidade de São Paulo), os impactos na balança comercial da região são sinais claros da crise.
"Muitos recursos saíram do mercado de commodities com fortes perdas em seus preços. Com os mercados compradores parados no exterior, as exportações brasileiras pararam, fato fortalecido pela indefinição da cotação do real frente ao dólar e pela dificuldade de linhas de financiamento à exportação", disse.


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