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Queda na citricultura atinge mais cidades
Balanças comerciais de Bebedouro, Araraquara e Matão são afetadas
Queda em Araraquara foi a maior, de 17%, contra 16,7% registrados em Matão; Bebedouro teve a menor redução, de 5%
DA FOLHA RIBEIRÃO
Apesar de o setor sucroalcooleiro ter sido responsável pela
maior queda da região, em Ribeirão Preto, foi a citricultura
que afetou a maior quantidade
de municípios. Por causa dela,
as balanças comerciais de Araraquara, Matão e Bebedouro
estiveram entre as que caíram
neste ano, em relação aos dez
primeiros meses de 2007, segundo o Ministério do Desenvolvimento Econômico.
Em Araraquara, a exportação
de suco de laranja representa
78% dos US$ 806 milhões obtidos até outubro. O produto rendeu US$ 628 milhões neste
ano, contra US$ 760 milhões
em 2007, o que representa uma
queda de 17%.
Em Matão, onde o produto
representa 74% das exportações, a queda foi de 16,7%. Já
em Bebedouro, a exportação do
suco de laranja (que representa
92% do mercado externo) caiu
cerca de 5%.
O presidente da Associtrus
(Associação Brasileira de Citricultores), Flávio Viegas, reconhece a crise no setor, mas nega
que ela seja causada apenas pelo desastre econômico deflagrado há 40 dias, nos EUA.
"Embora a indústria não
queira reconhecer, o primeiro
fator que interfere é a quebra
de safra, que foi retardada. O
efeito está chegando agora."
Para o representante dos
produtores, os efeitos da crise
serão intensificados no setor
nos próximos meses. "Daqui
para a frente, a quebra da safra
e a crise vão começar, juntas, a
interferir bastante."
A Folha procurou a Abecitrus, que representa as empresas, por meio de seu presidente, Ademerval Garcia. Ele afirmou que a entidade não fala
mais sobre a economia do setor. A Cutrale, única indústria
do setor em atividade na região, também foi procurada,
mas não se manifestou.
No setor de sapatos, base da
economia de Franca, segunda
maior localidade da região de
Ribeirão Preto, a expectativa
também é de que efeito venha a
partir de novembro.
"O impacto deve estar por
vir", afirmou o empresário José Carlos Brigagão do Couto,
presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados
de Franca).
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