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Deputado invade Apeoesp e diz ser alvo de difamação
Rafael Silva, chamado de fujão em folheto do sindicato, diz que foi buscar o material
Apeoesp confirma autoria de folheto e afirma que campanha envolve todos deputados que votaram a favor do plano de carreira
Silva Junior/Folha Imagem
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O deputado Rafael Silva discute com o professor Jair Fortunato, na Apeoesp de Ribeirão
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Irritado com sua inclusão em
um folheto como "fujão", o deputado estadual Rafael Silva
(PDT) invadiu a sede da
Apeoesp (sindicato dos professores do Estado) de Ribeirão
Preto na tarde de ontem. Houve bate-boca entre Silva e integrantes da Apeoesp e o caso foi
parar na polícia.
O deputado reclama ser alvo
de difamação. Ele diz ter recebido um telefonema de um professor avisando que sua imagem estava sendo denegrida
por meio de um folheto distribuído pela entidade.
Um exemplar do panfleto foi
apreendido pela Polícia Militar
e apresentado no 2º Distrito
Policial, onde foi registrado um
termo circunstanciado para
apuração de injúria.
O folheto traz foto e nome do
deputado acompanhados do
texto: "Inimigo dos professores. Fujão, prometeu apoio aos
professores e não apareceu na
Assembleia Legislativa". O material faz referência à votação
do projeto que criou o novo plano de carreira na rede estadual
de ensino, aprovado no dia 20 e
já sancionado pelo governador
José Serra (PSDB).
O deputado disse que realmente não participou da votação sobre o projeto de lei, mas
afirma que não pôde comparecer à sessão por causa de compromissos particulares.
Após ser informado sobre a
distribuição do material nas escolas, o deputado -que é deficiente visual- foi à sede da
Apeoesp acompanhado da mulher, Maria Clara, do filho Ricardo e de assessores. Silva disse que entrou "pacificamente"
em busca dos folhetos, mas foi
agredido e colocado para fora.
O professor Jair Fortunato,
43, conselheiro da Apeoesp que
estava na sede na hora da confusão, contou outra versão. Ele
afirmou que o deputado forçou
a entrada no prédio. "Eles mexeram em tudo e pegaram um
documento que estava em cima
da mesa. Isso, para mim, é furto", disse Fortunato.
A Polícia Militar foi chamada
pelos funcionários da Apeoesp
e apreendeu uma cópia do panfleto e também de uma revista
que, segundo o deputado, trazia
campanha para o presidente
Lula e a ministra Dilma Rousseff. Mas, na delegacia, o delegado Carlos Henrique Araújo
Garcia disse que o material era
apenas um informativo do deputado Roberto Felício (PT).
Ontem, o diretor estadual da
Apeoesp Mauro Inácio disse
que a entidade iniciou uma
campanha para divulgar os nomes dos deputados que votaram a favor do novo plano de
carreira da categoria, bem como daqueles que não participaram da sessão. Ele disse que os
folhetos são de autoria da
Apeoesp, que é contra a lei.
Segundo Inácio, agora, além
de divulgar a ausência do deputado durante a votação, a entidade também vai informar aos
professores sobre a invasão à
sede do sindicato.
O caso foi encaminhado para
análise dos advogados do sindicato. "Se couber qualquer ação
contra ele [deputado], nós vamos tomar todas as providências jurídicas sobre o assunto."
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