Ribeirão Preto, Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

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Rotas para o litoral paulista têm 23 pedágios a mais

Neste verão, turista pagará mais em 10 de 12 dos principais trajetos em SP

A maior variação verificada foi no trajeto entre as cidades de Campinas e Caraguatatuba, que custará 70% a mais neste verão

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Os paulistas que pretendem viajar de carro em direção ao litoral do Estado para aproveitar o verão vão ter de preparar, além das malas, os bolsos.
Com o programa de concessão de rodovias promovido pela administração José Serra (PSDB), foram criadas, apenas neste ano, ao menos mais 23 praças de pedágio. Além disso, em julho passado o valor das tarifas cobradas pelas concessionárias foi reajustado.
A Folha simulou 12 trajetos em direção ao litoral partindo de seis cidades paulistas (São Paulo, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Bauru e Campinas). E calculou a despesa que o motorista vai ter com pedágio -em dez trajetos o custo aumentou em relação ao verão passado; em dois, caiu.
A maior variação foi no trajeto entre Campinas (95 km de São Paulo) e Caraguatatuba. Com a concessão da rodovia D. Pedro 1º e três novos pedágios, o custo da viagem saltou 70%: de R$ 24,60 para 41,80.
Em alguns casos, a despesa da viagem para o praia, ida e volta, pode superar 1/ 3 do salário mínimo (R$ 465). É o que ocorre com quem mora na cidade de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo).
Para chegar a Santos e depois voltar para casa, num trajeto total de 1.258 km, ele pode ter de desembolsar até R$ 156,60 em pedágio, dependendo das rodovias que acessar.
No verão passado, o mesmo turista pagou bem menos: R$ 104. A diferença se deve à concessão de rodovias como a Raposo Tavares e ao início da operação de mais sete praças de cobrança na região.
Em alguns trechos, entretanto, os motoristas vão desembolsar menos em relação a 2008. A viagem entre São Paulo e Caraguatatuba caiu 40,2% após a concessão das rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto, de R$ 22,10 para R$ 13,20.
Os pedágios paulistas são reajustados ou pelo IGPM ou pelo IPCA, dependendo do contrato. Em 2009, o IGPM fechou em -1,72%. Já o IPCA ainda não fechou; a estimativa é que fique em +4,3%.

Protesto
No interior paulista, empresários, moradores e políticos formaram um comitê popular contra os pedágios.
Na semana passada, cerca de 300 veículos participaram de uma carreata contra pedágios nas em Paulínia e de Cosmópolis, na região de Campinas.
O governo paulista diz que não considera alto o custo dos pedágios e afirma que a tarifa é o principal recurso para ampliar e modernizar a malha rodoviária.


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