São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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técnica perfeita

Estudantes de cursos técnicos mostram suas habilidades profissionais em competições nesta semana

Fotos Divulgação
André Didoné em prova da WorldSkills Competition de 2009, realizada no Canadá

FABIANA REWALD
DA REPORTAGEM LOCAL

Vinte e duas horas de provas, divididas em quatro dias. Esse é o tempo que 618 estudantes de cursos técnicos do Brasil e do exterior terão para mostrar as suas habilidades profissionais, na busca por medalhas na Olimpíada do Conhecimento e na WorldSkills Americas.
As competições começam hoje no Rio de Janeiro e serão simultâneas. As provas acontecem entre os dias 10 e 13 de março e reúnem craques em robótica, marcenaria, jardinagem, gastronomia e design de moda, entre outras dezenas de ocupações. O objetivo é realizar um trabalho da área de indústria ou serviços da melhor maneira possível.
A Olimpíada do Conhecimento é realizada entre os alunos do Senai. Os ganhadores vão à WorldSkills Competition, que será realizada em Londres em 2011. A partir deste ano, a WorldSkills ganhou também uma rodada nas Américas, que não é classificatória para o mundial, mas incentiva a troca de experiências em nível continental, em um momento de crescimento do ensino profissionalizante no Brasil.
Segundo dados do Ministério da Educação, as matrículas nos cursos técnicos de nível médio cresceram 46% entre 2003 e 2009. Um dos principais atrativos é a alta taxa de empregabilidade dos egressos, que chega a 72%, de acordo com o MEC.
"Fazer um curso técnico amplia a empregabilidade em 50%", diz Almério de Araújo, responsável pelo ensino técnico no Centro Paula Souza, que administra escolas técnicas estaduais de São Paulo.
Mas há um porém, segundo Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação: para muitas empresas, não basta que o profissional tenha boa formação técnica. Para que ele possa participar da tomada de decisões, é exigido o nível superior.
"Ainda existe a [falsa] impressão de que a formação técnica só é boa para o primeiro emprego", critica.
De qualquer modo, o curso técnico também pode ser visto como uma maneira de facilitar a escolha por uma faculdade. "Ele aumenta a maturidade do aluno e ajuda na escolha da área", diz Andréa Andrade, diretora de regulação e supervisão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do MEC.
Foi o que aconteceu com Shayenne Bruna Alves, 18. Em janeiro do ano passado, ela se formou em estilismo no Senai de Blumenau (SC) e agora quer fazer uma faculdade de design de moda. Nos próximos dias, ela compete na Olimpíada do Conhecimento na modalidade de vestuário.
Shayenne começou a se preparar para a competição em novembro e, de lá para cá, teve de desenvolver uma coleção que será desfilada no evento do Rio de Janeiro e vale como uma das notas. Nas 22 horas de duração de sua prova, terá de criar outra coleção, com novos temas e inspirações fornecidos pela organização da Olimpíada.
Já na prova de Leandro Duarte Machado, 17, a "passarela" é ocupada por robôs. Em formato de carrinho e com três rodas, eles têm de percorrer um labirinto, rebater discos e carregar peças. Essa última tarefa já é realizada hoje por robôs no setor industrial, área em que Leandro pretende trabalhar em um futuro próximo.


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