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Pré-graduação
Estudantes brasileiros
do ensino médio buscam experiências em universidades internacionais, onde vivem como acadêmicos e testam sua vocação profissional
Rodrigo Capote/Folhapress
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Igor Rosiello Zanker, que em julho passado cursou astronomia e
matemática em Harvard
JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
Engenharia no ITA, medicina na USP ou astronomia
em Harvard? A última opção
foi a escolha de Igor Rosiello
Zanker, aluno do terceiro ano
do ensino médio do colégio
Augusto Laranja.
Com apenas 17 anos, Zanker ganhou um prêmio de excelência acadêmica na escola e foi agraciado com um
curso de verão de sete semanas, no valor de US$ 11 mil,
na conceituada universidade
americana.
Esse tipo de curso de pré-graduação, em que estudantes do ensino médio têm uma
amostra do que é a vida acadêmica em grandes universidades no exterior, não está
disponível só para alunos
aplicados como Zanker.
O Centro de Aconselhamento da Associação Alumni
oferece orientação e acompanhamento a pais e alunos
que queiram ter esse tipo de
experiência no exterior.
E há cursos de todo o tipo.
Na Brown Universtity, por
exemplo, há cursos on-line,
como o "So You Want to be a
Doctor?" ("Então você quer
ser médico?"), no valor de
US$ 2.275, no qual um professor dá esclarecimentos sobre
o exercício da profissão.
Também na Brown, há os
cursos presenciais, em que o
aluno do ensino médio pode
analisar a estrutura do DNA,
estudar células-tronco, artes,
história ou arqueologia.
Enquanto os cursos acontecem, os alunos experimentam outros aspectos da vida
acadêmica. Vivem em alojamentos, praticam esportes e
têm de seguir as regras dos
campi universitários.
Quando viveu no campus
de Harvard, Zanker presenciou a expulsão de "todo o
terceiro andar" de seu alojamento por consumo de bebida e drogas. Ele mesmo teve
uma suspensão por barulho
em horário inapropriado.
"Tínhamos que voltar ao
alojamento às 21h e não mais
sair após esse horário durante três dias. E lá não tem negociação. É punição."
Há também atividades recreativas, como na Columbia
University, que oferece passeios turísticos por Nova
York, shows de talentos e até
concursos de dança.
Segundo Thaïs Burmeister
C. Pires, gerente do centro de
aconselhamento da Alumni,
além dos cursos de férias,
ainda há os tradicionais intercâmbios por um período
de seis meses a um ano e,
também, cursos de aperfeiçoamento da língua inglesa.
Pedro Henrique Ramos Figueiredo, 16, aluno do segundo ano do ensino médio,
lapidou seu inglês na University of California Riverside.
Ao contrário de Zanker,
que passará pelo processo
seletivo de Harvard, Figueiredo quer estudar no Brasil
mesmo. "Meu amigo que faz
"high school" lá fora me disse
que, o conteúdo de matemática deles, ele já tinha visto
todo aqui."
PUXADO
Não é essa a impressão do
conterrâneo que esteve em
Harvard para cursar duas
disciplinas: introdução à astronomia e matemática.
Igor Zanker, que se expressa com a desenvoltura de um
adulto, participa de olimpíadas de física e é capaz de discorrer sobre a teoria da matéria escura, achou o curso
muito difícil.
"Não bastava assistir à aula. Quando vi que teria aulas
em apenas três dias da semana, achei que ia ter tempo livre, mas descobri que esse
tempo "livre" era gasto fazendo exercícios. Só no curso de
matemática, gastava 12 páginas de caderno por aula."
Colaborou TALITA BEDINELLI.
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