São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Na França, reforma vai começar pelo ensino médio

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A constatação de que o ensino francês está em crise e precisa ser reformulado é consenso entre governo e sindicato de professores. Apesar das divergências sobre a melhor maneira de solucionar o problema, para o Ministério da Educação, o caminho passa pela reforma do sistema de ensino médio, que começa no início do próximo ano letivo, em setembro.
Na grade escolar, será incluída uma série de "disciplinas de exploração", com uma carga horária de 54 horas por ano. O objetivo é abrir "novos horizontes intelectuais" para os estudantes e adaptar a escola à época atual. Outro ponto vai ser a obrigatoriedade do ensino de economia para todos os secundaristas -na França, o ensino médio é dividido entre científico, com ênfase em matemática, química e física, e literário (ciências humanas e sociais).
Outra medida vai tentar diminuir o índice de repetência, que hoje está em 12,2%.
Pesquisa divulgada pelo instituto CSA mostra que 77% dos pais são favoráveis à reforma. Já os sindicatos de professores, que fizeram greve na última sexta-feira, afirmam que o pacote da educação é incompatível com os cortes de pessoal anunciados pelo governo.
Cerca de 16 mil postos de trabalho no ensino deverão ser cortados em 2010, totalizando 50 mil em cinco anos.
Os sindicatos também protestam contra as mudanças na formação e no recrutamento de professores. Hoje, os candidatos passam por um concurso e, se aprovados, durante um ano ficam sob a tutela de um profissional mais experiente. Sob o novo sistema, os futuros professores terão de completar um curso de dois anos de mestrado para poder concorrer. Os aprovados estarão aptos imediatamente para a sala de aula.


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