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Na França, reforma vai começar pelo ensino médio
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
A constatação de que o ensino francês está em crise e precisa ser reformulado é consenso
entre governo e sindicato de
professores. Apesar das divergências sobre a melhor maneira de solucionar o problema,
para o Ministério da Educação,
o caminho passa pela reforma
do sistema de ensino médio,
que começa no início do próximo ano letivo, em setembro.
Na grade escolar, será incluída uma série de "disciplinas de
exploração", com uma carga
horária de 54 horas por ano. O
objetivo é abrir "novos horizontes intelectuais" para os estudantes e adaptar a escola à
época atual. Outro ponto vai ser
a obrigatoriedade do ensino de
economia para todos os secundaristas -na França, o ensino
médio é dividido entre científico, com ênfase em matemática,
química e física, e literário
(ciências humanas e sociais).
Outra medida vai tentar diminuir o índice de repetência,
que hoje está em 12,2%.
Pesquisa divulgada pelo instituto CSA mostra que 77% dos
pais são favoráveis à reforma.
Já os sindicatos de professores,
que fizeram greve na última
sexta-feira, afirmam que o pacote da educação é incompatível com os cortes de pessoal
anunciados pelo governo.
Cerca de 16 mil postos de trabalho no ensino deverão ser
cortados em 2010, totalizando
50 mil em cinco anos.
Os sindicatos também protestam contra as mudanças na
formação e no recrutamento de
professores. Hoje, os candidatos passam por um concurso e,
se aprovados, durante um ano
ficam sob a tutela de um profissional mais experiente. Sob o
novo sistema, os futuros professores terão de completar um
curso de dois anos de mestrado
para poder concorrer. Os aprovados estarão aptos imediatamente para a sala de aula.
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