São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010 |
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Faculdade corporativa
Sindicatos e empresas criam escolas com o objetivo de qualificar melhor os engenheiros
FABIANA REWALD DE SÃO PAULO A falta de engenheiros qualificados no Brasil não é novidade. Mas, após cerca de cinco anos de crescimento na demanda por esses profissionais, agora as empresas e as entidades de classe estão agindo por conta própria. O Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP prepara a criação de um instituto de ensino superior voltado para as necessidades da indústria, com cursos de graduação, pós, mestrado e doutorado. "Não queremos competir com as universidades. A ideia é que a gente faça uma escola de inovação, com poucos alunos, mas com qualidade", diz Murilo Pinheiro, presidente do sindicato. No momento, é aguardada a aprovação do Ministério da Educação para que o instituto possa abrir, em 2012. Já um grupo formado por construtoras e incorporadoras se organiza para criar uma faculdade corporativa com cursos de curta duração. O objetivo é complementar a formação que não é dada nas universidades, diz Carlos Alberto Borges, vice-presidente de tecnologia e qualidade do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) vai na mesma direção. Segundo o seu chefe de gabinete, Francisco Yutaka Kurimori, na sexta-feira, foi aprovada proposta que permite que o órgão firme convênios com entidades de classe para promover cursos de reciclagem. Nival Nunes de Almeida, presidente eleito da Associação Brasileira de Educação em Engenharia, acha interessante que empresas e sindicatos estejam preocupados com a formação de profissionais. No entanto, ele acredita que o melhor é buscar parcerias com universidades. DO BANCO PARA A OBRA Foi o que a Camargo Corrêa fez no caso do engenheiro civil Marcelo Ishitani, 32. Após trabalhar em bancos, ele sentiu necessidade de se atualizar quando voltou para o setor de infraestrutura da empresa -em que havia sido trainee, no início da carreira. A firma lhe pagou, então, uma especialização em engenharia de túneis na Poli-USP. O diretor da faculdade, José Roberto Cardoso, confirma que a Poli é muito procurada por empresas para esse fim. Casos como o de Ishitani, de profissionais que estavam no setor financeiro e agora retornam para a engenharia, vêm se tornando comuns. Quando Roni Katalan, 30, cursava engenharia, de 1998 a 2002, a construção civil ainda estava estagnada. Por isso, buscou a área financeira, em que se especializou. Em 2008, já sentindo uma melhora no mercado de engenharia, foi convidado para atuar na incorporadora de uma construtora, onde é supervisor de novos negócios. "Eu não entro muito na questão da obra. O cargo na incorporação é financeiro." É por isso que, no caso das construtoras que procuram engenheiros para funções estritamente técnicas, a dificuldade para contratar é maior. "O profissional que estava na área financeira não virá para a área técnica. Ele vai usar a sua experiência como gestor financeiro", diz Carlos Barbara, sócio-diretor da construtora Barbara. A saída, para ele, foi empregar profissionais sem muita experiência e contar com coordenadores para formá-los. "Montamos uma "escolinha" na construtora." FOLHA.com Veja vídeo da Federação Nacional dos Engenheiros sobre as cinco grandes áreas da engenharia folha.com.br/sa832765 Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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