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Caem as mortes por Aids e os novos casos da doença no mundo

Melhora no acesso a medicamentos leva a diminuição de quase 20% no número de doentes fatais desde 2005

Novas infecções caíram 21% desde 1997; no Brasil, onde até 300 mil têm Aids e não sabem, desafio é o diagnóstico

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Cada vez menos pessoas morrem de Aids no mundo, graças ao aumento do acesso a medicamentos e à diminuição dos novos casos, informou ontem a Unaids, braço da ONU responsável pelo combate à doença.

A Unaids aponta queda de 21% em novas infecções pelo HIV desde o pico registrado em 1997. O auge das mortes anuais por Aids ocorreu em 2005 e, desde então, houve uma queda de 18%, informou a agência da ONU.

Com o aumento da sobrevida, hoje há 34 milhões de pessoas portadoras do vírus no planeta, calcula a Unaids, e o número das que recebem tratamento também cresceu.

A principal má notícia nos números divulgados é que, nos países de renda baixa e média, pouco menos da metade dos infectados está recebendo remédios anti-HIV.

Os maiores problemas ainda se concentram na África. É na porção do continente ao sul do Saara que estão cerca de 70% das pessoas infectadas e dos novos casos de infecção no ano passado.

Outros focos de crescimento abrangem a Europa Oriental (em especial a Rússia e a Ucrânia) e a Ásia Central. Nessa regiões, durante a década passada, o número de pessoas com HIV cresceu 250%, afirma a agência.

Pedro Chequer, da Unaids no Brasil, destaca a necessidade de ampliação do financiamento internacional da luta contra o HIV. "A crise está também atingindo a Aids."

No ano passado, por exemplo, houve uma ligeira queda do dinheiro doado pelos países desenvolvidos para o combate à Aids no mundo.

BRASIL

O único dado nacional do relatório aponta a necessidade de melhoria no diagnóstico precoce e a consequente oferta de drogas no Brasil, em especial para as grávidas.

Se for considerada a estimativa de infectados no Brasil, o tratamento atinge entre 60% e 79% do total. Entre 250 mil e 300 mil pessoas têm o vírus e não sabem, segundo as contas da Unaids.

Levados em conta, no entanto, somente aqueles que têm diagnóstico, a cobertura do tratamento sobe para 97%.

Entre grávidas, o tratamento chega a 50% da estimativa de infecção.

Chequer disse que é preciso ampliar o público-alvo das campanhas educativas sobre a Aids. "A Unesco propõe que se comece aos seis anos, o Brasil começa aos 12. É um tema para se refletir."

O governo mudou a estratégia da campanha contra Aids, privilegiando redes sociais, shows e programas de TV, disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Segundo o governo, jovens de 15 a 24 anos têm usado menos camisinha, mesmo sabendo que essa é a melhor forma de evitar o HIV.

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