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Garoto de oito anos e 90 kg é tirado da mãe nos Estados Unidos

Mulher é acusada de negligência por ter deixado criança ficar muito acima do peso

DA ASSOCIATED PRESS

O governo do Estado de Ohio, nos EUA, tirou a guarda de um menino de oito anos, que pesa 90 kg, de sua mãe. Assistentes sociais consideraram como negligência o fato de ela não conseguir fazer o menino perder peso.

O caso reacende o debate sobre se a obesidade infantil pode ser um motivo para separar crianças de suas famílias. O menino foi colocado sob os cuidados de uma família adotiva em outubro.

Os assistentes sociais afirmam que a mãe não fazia o bastante para controlar o peso do menino.

Com 90 kg, a criança está em risco de desenvolver diabetes e hipertensão. Segundo o governo, um menino de sua idade e altura deveria pesar, em média, 28 kg.

Cerca de 2 milhões de crianças nos EUA são obesas.

O caso do menino não é o primeiro do tipo no país. Há dois anos, por exemplo, um adolescente de 14 anos, com 250 kg, foi tirado da mãe. Ele foi morar com uma parente e perdeu 90 kg. Outros casos já foram registrados no Canadá e na Europa.

Segundo o médico Naim Alkhouri, que trabalha com crianças obesas e suas famílias na Cleveland Clinic, não é fácil determinar a culpa nessa situação.

"A culpa não é só dos pais. A obesidade é uma epidemia nos EUA. Somos todos responsáveis de forma coletiva."

Os assistentes sociais notaram o problema do menino de Ohio depois que sua mãe o levou ao hospital por causa de problemas respiratórios. Ele recebeu diagnóstico de apneia do sono, que causa pausas na respiração durante a noite e pode estar ligada ao excesso de peso.

Um estudo publicado no "Journal of the American Medical Association", em julho, sugeriu que colocar crianças obesas sob o cuidado de famílias adotivas pode ser mais ético do que a realização de cirurgias de obesidade, em que parte do estômago pode ser removida.

A mãe do menino, cuja identidade não foi revelada, afirma que tem tentado controlar seu peso.

"Estão fazendo parecer que não amo meu filho", disse ela ao jornal local "The Plain Dealer". Uma defensora pública afirmou que vai contestar a decisão do Estado.

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