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'Tive medo de que estivesse faltando algo no bebê'

DE SÃO PAULO

"Montanha-russa emocional" é como as mães de bebês prematuros descrevem a experiência de acompanhar o desenvolvimento dos recém-nascidos em uma UTI neonatal.

"Em um dia o bebê está ótimo, no outro você vê seis médicos em volta dele porque piorou", conta a economista Leila Lacerda Leão, 32. Sua filha, Mariana, de nove meses, nasceu em março com 27 semanas. Durante 70 dias, Leila passou todos os dias no hospital, das 6h30 às 23h.

A professora Ivanilda Nunes da Silva, 42, deu à luz sua filha, Helena, há quatro meses, com 27 semanas de gestação. "Tive medo de que estivesse faltando alguma coisa no bebê, algum órgão, e pensei que ela não sobreviveria."

Para acalmar outras mulheres em situação semelhante, Leila criou um blog (maeamorextremo.blogspot.com). Lá colocou as anotações que fez ainda na UTI. Ela comenta as etapas das mães após o parto: primeiro, querem saber se o bebê está vivo e, depois, sentem culpa.

"A gente pensa que fez algo errado para o bebê nascer antes. As pessoas perguntam: 'O que você fez para ele ser prematuro?'."

No blog, Leila conta o momento mais difícil: ter alta e voltar para cada sem o bebê. "Agora tenho coragem de dizer que tinha medo de perdê-la." Hoje, Mariana está bem e é acompanhada por uma equipe multidisciplinar. (MV)

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