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Maioria das próteses de fabricante francesa tinha silicone não aprovado

Afirmação é do advogado que representa a Poly Implant Prothèses

Jean-Paul Pelissier/Reuters
Portão trancado da fabricante de silicone PIP, já fechada, perto de Toulon, na França
Portão trancado da fabricante de silicone PIP, já fechada, perto de Toulon, na França

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O advogado da empresa francesa Poly Implant Prothèses (PIP), Yves Haddad, afirmou que a maioria dos implantes fabricados ali desde 1991 era produzida com silicone não aprovado.

Os implantes da PIP tiveram sua venda e distribuição proibidas em 2010 na França e no Brasil, além de outros países para onde os produtos eram exportados.

Isso aconteceu depois que o governo francês descobriu que a empresa usava silicone de baixa qualidade em vez do tipo cirúrgico para preencher as próteses, que apresentam risco maior do que o normal de se romper.

Ao menos oito francesas que usavam os implantes tiveram câncer. Uma mulher morreu em 2010, mas em nenhum desses casos ficou provada a culpa do silicone defeituoso.

No Brasil, 25 mil próteses da PIP foram implantadas até o ano passado. Estima-se que 300 mil mulheres no mundo tenham os implantes.

O advogado da PIP, que também representa o fundador da empresa, Jean-Claude Mas, afirmou que eram produzidos implantes "simples", com silicone não aprovado, e uma linha "top", com silicone de qualidade, para clientes mais ricas.

"Há um produto feito pela PIP que não tinha aprovação formal e, assim, violava as regulamentações", afirmou Haddad à agência de notícias Reuters.

Ninguém foi processado ainda, mas um tribunal em Marselha deve anunciar um processo por fraude no ano que vem. Uma investigação sobre homicídio culposo foi aberta recentemente sobre a morte de uma francesa ocorrida em 2010.

PÂNICO

O ministro da Saúde francês tentou, ontem, acalmar as mulheres quanto aos riscos de ficar com os implantes e disse que sua retirada não precisa ser imediata.

Na sexta, o governo francês recomendou que pessoas com os implantes da PIP tenham o silicone removido e que o Estado pague por isso. No Brasil e em outros países, a orientação foi para que as mulheres procurem seus médicos para fazer uma avaliação do risco de rompimento da prótese.

A fabricante do silicone faliu em 2010. O fundador da PIP tem se mantido distante dos holofotes desde então. Segundo seu advogado, ele tem problemas de saúde.

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