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Sistema monitora coração por até 3 anos

Chip implantando embaixo da pele do paciente guarda informações para diagnóstico de arritmias cardíacas

Aparelho é útil para problemas difíceis de serem detectados; dados são transmitidos para central e médico

THIAGO FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma nova forma de monitoramento cardíaco promete aprimorar o processo de detecção de problemas graves do coração, que apresentam sintomas muito esporádicos, difíceis de ser flagrados por exames convencionais em consultórios.

Implantado por meio de uma pequena cirurgia no peito do paciente, o sistema de aferição à distância permite o acompanhamento contínuo da atividade elétrica do órgão, por um período que pode chegar a três anos.

Os dados registrados no aparelho são lidos durante exames de rotina e enviados para uma central monitorada pela equipe médica do hospital de referência.

AVALIAÇÃO

Cabe a essa equipe avaliar casos que eventualmente necessitem de intervenção urgente e também repassar posteriormente as informações para o médico do paciente.

"Essa é uma forma de conseguirmos flagrar problemas que de outra forma não seria possível, com o paciente fora da unidade hospitalar", explica o médico Eduardo Saad, coordenador do Centro de Fibrilação Atrial do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, pioneiro no país no uso do sistema.

Segundo ele, o método é mais uma opção para diagnóstico de anormalidades em pacientes que não têm sintomas constantes, mas relatam episódios recorrentes, embora muito espaçados, de desmaios, palpitações ou outros quadros cardíacos e que apresentam exames convencionais, como eletrocardiograma, sem alterações.

Nesses casos, o uso é indicado quando não foi possível realizar o diagnóstico por meio do "looper", aparelho de uso externo que não requer cirurgia. O problema é que ele só deve ser usado por um perído de até 15 dias.

"Se não acontecer nenhum episódio durante esse período, não é possível fazer o diagnóstico", diz Saad.

RESTRIÇÃO

Para Luiz Antônio Machado César, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, o novo sistema não pode ser encarado como um exame corriqueiro, devendo ser indicado como um recurso a ser usado só em casos excepcionais.

"A aplicação é muito restrita, já que não podemos esquecer que a implantação requer uma cirurgia, com todas as implicações que isso traz", afirma César.

Segundo o cardiologista, ainda seriam necessários mais estudos para comprovar se a efetividade do novo método compensa os riscos de uma operação e o fato de manter um aparelho implantado no corpo.

Um outro aspecto a ser considerado é o custo do sistema, que gira em torno de R$ 10 mil para a implantação. O preço de uso do "looper" varia de R$ 700 a R$ 1.500, a depender do período de monitoramento.

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