Plantão Médico

Gatos e Micoses

Nos últimos anos tem sido detectada a transmissão da esporotricose pela arranhadura do gato. Ela com frequência é uma micose da pele, mas também pode ser sistêmica. É transmitida pelo "Sporothrix schenkii" depois que um gato, mesmo sadio, entra em contato com felinos portadores do fungo.

Anteriormente, a esporotricose estava associada apenas a pessoas com atividades profissionais de trabalho com flores ou manipulação de terra. O tratamento é simples e barato e não deixa sequelas graves, na maioria dos casos.

Mônica Bastos de Lima Barros e colaboradores do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, da Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz), relatam na "Revista Panamericana de Salud Pública" estar em curso no Rio de Janeiro, há muitos anos, uma epidemia de esporotricose por transmissão zoonótica.

A presença de pessoas com lesões cutâneas após contato com gatos, anteriormente de dois a três casos por ano no Rio, passou a apresentar significativo aumento a partir de 1998. Até dezembro de 2009 foram diagnosticados 2.200 casos humanos e atendidos 3.244 gatos na Fiocruz.

Entretanto, o problema não está restrito ao Rio. A médica Fernanda Nóbrega Cordeiro e colaboradores do Hospital Universitário de Brasília relatam nos "Anais Brasileiros de Dermatologia", de 2011, terem identificado na clínica dermatológica do hospital a transmissão da esporotricose para três membros da mesma família pela arranhadura de seu gato doméstico.