Índice geral Saúde
Saúde
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Farmacêuticas doam drogas para combater doenças negligenciadas

Moléstias afetam 1 bilhão de pessoas no mundo, incluindo o Brasil

Suzanne Plunkett/Reuters
Bill Gates mostra tratamento para elefantíase no evento
Bill Gates mostra tratamento para elefantíase no evento

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Treze das maiores farmacêuticas do mundo se uniram ao Banco Mundial e a iniciativas governamentais e privadas para anunciar um superpacote de combate às DTN (doenças tropicais negligenciadas) -grupo que inclui doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase e outras presentes no Brasil.

O anúncio, batizado de Declaração de Londres sobre Doenças Negligenciadas, foi foi feito ontem, após a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgar as novas diretrizes para combater essas doenças.

As farmacêuticas -que incluem Pfizer, Merck, Johnson & Johnson, Sanofi, GlaxoSmithKline e Novartis- se comprometeram a doar cerca de 14 bilhões de tratamentos para dez doenças negligenciadas, entre as quais elefantíase, verminoses e hanseníase, durante os próximos dez anos.

Juntos, os parceiros farão um investimento de aproximadamente US$ 785 milhões para o desenvolvimento e a pesquisa de novos medicamentos, além da melhoria do sistema de diagnóstico e distribuição de medicamentos para os doentes.

"Com os incentivos feitos agora, eu estou confiante que quase todas essas doenças podem ser eliminadas ou controladas até o fim da década", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS, no lançamento, em Londres.

Estima-se que 1 bilhão de pessoas -ou seja, uma em cada sete habitantes do planeta- tenha alguma DTN. A grande maioria das vítimas é oriunda de regiões extremamente pobres, o que torna o desenvolvimento de tratamento para esses problemas menos atraente à indústria.

Segundo alguns críticos, a mudança de posicionamento pode estar relacionada ao crescimento do potencial econômico dos países em desenvolvimento -o que torna seus habitantes doentes uma oportunidade de mercado.

Há cerca de uma década, com a explosão da epidemia de Aids em países pobres da África, as farmacêuticas já foram forçadas a prestar mais atenção a esses mercados tradicionalmente desprezados.

Além das farmacêuticas e do Banco Mundial, governos dos EUA, do Reino Unido e Emirados Árabes Unidos estão investindo na iniciativa.

Embora não seja a única organização de saúde a contribuir, o maior volume de investimentos é da Fundação Bill e Melinda Gates, que fornecerá US$ 363 milhões para o combate das DTNs.

"Talvez, no decorrer desta década, as pessoas se perguntem se ainda devem chamar essas doenças de 'negligenciadas'", disse o fundador da Microsoft.

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.